Exercia Agostinho Petra Bittencourt o cargo de juiz aposentado no Rio de Janeiro quando ao dar uma ordem a um de seus subordinados, este recusou-se a cumpri-la. Indagado sobre a razão, respondeu laconicamente:
‒ Não cumpro a ordem porque não quero!
Recolhido o funcionário à cadeia, no dia seguinte foi o magistrado surpreendido por carta do Paço, em que um dos maiorais da corte lhe ordenara que soltasse o preso. O argumento: não havia motivo algum para considerar crime a expressão “não quero”. À leitura da ordem, o juiz Petra, que era desabusado, voltou-se para o portador:
‒ Diga pois ao seu amo que, se não é crime dizer não quero, não solto o homem porque não quero!
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Cultura É de Lei
Em Juízo
(Brasil ‒ Almanaque de Cultura Popular, maio de 2006)
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