segunda-feira, 15 de maio de 2023

A mágica fantástica

 

Na Polônia é uso entre as famílias ricas dos judeus, receber à sua mesa, em certos dias do ano, correligionários pobres. O banqueiro Vilna dava um jantar nessas condições, achando-se à mesa dois judeus pobres. Um deles, que vigiava seu camarada, viu que ele acabava de esconder em uma das botas um talher de prata de grande valor. Isto prejudicava bastante, porque tivera precisamente a ideia de fazer o mesmo com o seu. No momento em que se iam levantar da mesa, diz aos donos da casa: 

− Permita-me, em sinal de reconhecimento, que faça uma pequena sorte de escamoteação, que divertirá muito esta bela sociedade. 

− Muito bem, disseram os convidados. 

− Veem este talher de prata? Bem. Eu coloco-o nas minhas botas. Viram bem, não?!... 

− Sim. 

− Pois bem: Schoumli! Schoumlá! Abacadabra! 

E fez com o braço um gesto rápido. 

− O talher passou para as botas daquele senhor! Verifiquem! 

Os convidados precipitam-se e acham o outro talher nas botas do camarada. Depois de muitos aplausos, o artista saúda e... escapa-se. 

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(Do livro: “Gostosas piadas cariocas”, de João Pindoba,  1960)


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