Há muitos e muitos anos, um grupo de mineiros vagava numa caravana de carretas entre o Planalto e a Serra do Rio Grande do Sul. Muitas famílias completas faziam parte do grupo e elas queriam fundar uma vila, uma cidade, mas o local de assentamento só poderia ser escolhido por Nossa Senhora, cuja imagem sagrada eles traziam numa carreta, com altar e tudo.
E assim vagavam de pago em pago, acampavam, armavam o altar, passavam aí alguns dias e, como não recebiam sinal de Nossa Senhora, recarregavam as carretas e iam embora. Até que um dia pararam nuns campos lindos, banhados pela luz de Deus, com uma estranha beleza solitária. Ao descarregarem as carretas, alguém teria dito: “Que soledade!”
Bueno, acamparam e tal e depois de alguns dias, recarregaram tudo prontos para partir de novo. Quando chegou a hora da partida, quebrou-se o eixo da carreta que levava a imagem de Nossa Senhora. Descarregaram tudo, consertaram o eixo e quiseram partir, mais uma vez. Surpresa: quebrou-se o eixo, de novo. Outra vez descarregaram, consertaram o eixo e se dispuseram a partir. Quando se quebrou o eixo pela terceira vez, eles compreenderam que era um aviso: Nossa Senhora tinha escolhido, afinal, a sua querência.
Então, ali, naquele chão sagrado, eles ergueram
ranchos, galpões, estâncias. E Nossa Senhora abençoou o esforço, a fé e a
dedicação de todos, fazendo prosperar Soledade, a terra escolhida pela própria
Mãe de Deus.
De Antonio Augusto
Fagundes. Martins Livreiro Editor. 1996.
mais uma linda história! o sul tem suas belezas nativas indiscutíveis que valorizam o povo originário!
ResponderExcluirObrigado, mais uma vez por teu singelo comentário, minha amiga.
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