Antônio “Tom” Carlos Brasileiro de
Almeida Jobim
Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1927
Nova Iorque, 8 de dezembro de 1994
Tom por Aroeira
Além
de gênio das canções, Tom Jobim era também um frasista admirável, cujas
reflexões ajudam a compreender melhor o Brasil e a humanidade. Alguns exemplos:
“Acho muito especial a ideia de morrer
sendo imortal”. (Depois de convidado a disputar uma vaga na Academia Brasileira
de Letras).
“O Brasil só será feliz quando todo
mundo for morar em Ipanema.”
“Brasileiro tem ódio de quem faz sucesso.”
“O Brasil não pode ver nada dar certo. O
Brasil ama o Garrincha, mas precisa aprender a amar o Pelé. O Brasil não
consegue amar o Pelé. Ele deu certo e o Garrincha morreu na miséria.”
“É difícil o Brasil dar certo porque
está de cabeça para baixo: a parte mais larga fica em cima, a mais estreita
sustentando-a.”
“Morar em Miami é ótimo, mas é uma
merda. Morar no Rio é uma merda, mas é ótimo.”
“Como todo brasileiro da minha geração,
fui educado para falar mal de mim e bem dos outros.”
“Substitui com vantagens o seio
materno.”, referindo-se aos charutos Havana que fumava.
“Toda vez que eu me meti com política
fui preso. Você ser comunista no Brasil é uma coisa muito difícil. Melhor ser
comunista em Paris, que é mais chique.”
“Ideologia é a pior coisa que tem.
Sujeito que acredita em ideologia te mata por causa de uma ideia. E eu
acho você muito mais importante do que uma ideia.”
“Bossa nova é samba. Dediquei a minha
vida ao samba de preto. E os caras aqui dizendo que eu estava traindo a
música autêntica do Brasil.”
“O Brasil odeia árvore. Tem nome de
árvore, mas odeia. No futuro, os homens vão replantar florestas.”
“O ser humano deu errado. Completamente.
Por onde passou o homem ficou só a terra arrasada.”
“O Tom Jobim está trabalhando mais do
que merece. Estou fazendo shows por falta de dinheiro.”
“O cara precisa ficar velho para ser
perdoado. Já estou em idade de olhar as garotas de longe, na praia. O pior é
que você vai ficando velho e as moças cada vez mais bonitas.”
”Hoje, meus desejos me abandonaram. Tomo
muito cuidado com barra de terra, barra de ouro e barra de saia. Mas não
desisti de uma coisa: da vontade de ser brasileiro.”
“Que coisa melhor do que ouvir o próprio
silêncio?”, ao referir-se ao fato de morar no mato.
“Minha formação é clássica, com
professores de piano. E tive o popular, o botequim. Afinal, nasci no Brasil.”
“Ainda há esperança. Cada mulher que eu
não tive foi uma canção que eu fiz.”
(Zero Hora, 09 de dezembro de 1994)
Tom por Baptistão
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