sábado, 29 de março de 2014

Duas Histórias da Maçonaria



Hipólito José da Costa

Esta é a biografia maçônica do fundador do “Correio Brasiliense”.

Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, filho de família abastada, nascido em 25 de março de 1774 na antiga Colônia do Sacramento, bacharelou-se em Direito e Filosofia pela Universidade de Coimbra, e o brilho de seu curso foi tal que, apenas formado, foi-lhe confiada já em 1798, uma importante comissão nos Estados Unidos, como encarregado dos negócios de Portugal.

Em 1799 foi iniciado numa Loja Maçônica da Filadélfia. Regressou a Portugal em 1801, fez várias viagens à Inglaterra. Estava em Portugal em 1802 quando, já no fim da inquisição, foi acusado de ser maçom e livre pensador, foi preso pelo Visitador do Santo Ofício e assim mantido durante três nos mais infectos cárceres.

Em 1805, com ajuda de maçons dedicados, conseguiu fugir para a Espanha e dali embarcar, via Gibraltar, para a Inglaterra onde em 1° de agosto de 1808 começou a publicar o famoso Correio Brasiliense, a publicação mais temida pelo governo português, e particularmente por D. João Príncipe Regente, depois D. João VI.

Durante mais de 13 anos manteve vivo esse jornal, porta-voz e tribuna livre do Povo Brasileiro e, principalmente, da maçonaria, na luta contra o jugo colonial português e as arbitrariedades de seus governantes.

Na Inglaterra tornou-se um maçom extremamente ativo e benquisto, ocupando, de 1812 a 1814, cargo da Grande Loja da Inglaterra, chegando a se tornar Grão Mestre Provincial do Condado de Ruthland, na Inglaterra, em 13.10.1819 e recebendo na mesma época, do Grande Oriente da França, juntamente com seu amigo, o Duque de Leinster, Grão Mestre da Irlanda, o grau 33. Pouco depois se tornou ainda um dos fundadores do Supremo Conselho da Inglaterra, no qual passou a ocupar o cargo de Grande Secretário Geral.

Finalmente, em 2.12.1819, a distinção de membro Honorário do Supremo Conselho de França e, ainda em 1822, o cargo de Representante do recém-fundado Grande Oriente do Brasil, na Inglaterra.

Faleceu em 11.09.1823 sem ter podido exercer o cargo de Cônsul Geral do Brasil na Inglaterra, que lhe tinha sido oferecido por José Bonifácio, então Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil.

Foi sepultado na Igreja de Santa Maria, em Harley, no Condado de Berkshire.



Comandante Landolphe

A 20 de julho de 1800, a divisão naval francesa comandada pelo capitão Landolphe, depois de efetuar algumas presas nas proximidades da barra Rio de Janeiro, seguiu para o Norte.

“Na altura de Porto Seguro encontrou-se coma esquadra do comodoro inglês Rowley Bulteel, e no combate renderam-se duas fragatas francesas.

Os prisioneiros foram entregues no Rio de Janeiro ao vice-rei conde de Resende. Refere o comandante Landolphe que foi bem tratado, porque era pedreiro-livre. Um dos filhos do vice-rei levou-o a uma festa maçônica – “Introduzido no recinto do templo (diz ele, em suas Memórias), ouvi com muito prazer o discurso do venerável; mas o que me encheu de admiração foi ver nesse lugar, entre os primeiros chefes militares e administradores da colônia, personagens revestidos das primeiras dignidades da Igreja.”

(Barão do Rio Branco)

(Correio do Povo, 9.9.1979)

                        

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