Há mulheres de todos os gêneros.
Histéricas, batalhadoras, frescas, profissionais, chatas, inteligentes,
gostosas, parasitas, sensacionais. Mulheres de origens diversas, de idades
várias, mulheres de posses ou de grana curta. Mulheres de tudo quanto é jeito.
Mas se eu fosse homem prestaria atenção apenas num quesito: se a mulher é do
tipo que puxa pra cima ou se é do tipo que empurra pra baixo.
Dizem que por trás de todo grande
homem existe uma grande mulher. Meia-verdade. Ele pode ser grande estando
sozinho também. Mas com uma mulher xarope ele não vai chegar a lugar algum.
Mulher que puxa pra cima é mulher que aposta nas decisões do cara, que não fica telefonando pro escritório toda hora, que tem a profissão dela, que o apoia quando ele diz que vai pedir demissão por questões éticas e que confia que vai dar tudo certo.
Mulher que empurra pra baixo é a que põe minhoca na cabeça dele sobre os seus colegas, a que tem acessos de carência bem na hora que ele tem que entrar numa reunião, a que não avaliza nenhuma mudança que ele propõe, a que quer manter tudo como está.
Mulher que puxa pra cima é a que
dá uns toques na hora de ele se vestir, a que não perturba com questões
menores, a que incentiva o marido a procurar os amigos, a que separa matérias
de revista que possam interessá-lo, a que indica livros, a que faz amor
com vontade.
Mulher que empurra pra baixo é a
que reclama do salário dele, a que não acredita que ele tenha taco pra assumir
uma promoção, a que acha que viajar é despesa e não investimento, a que tem
ciúmes da secretária.
Mulher que puxa para cima é a que
dá conselhos e não palpite, a que o acompanha nas festas e nas roubadas, a que
tem bom humor.
Mulher que empurra pra baixo é a
que debocha dos defeitos dele em rodinhas de amigos e que não acredita que ele
vá mais longe do que já foi.
Se por trás de todo grande homem
existe uma grande mulher, então vale o inverso também: por trás de um pequeno
homem talvez exista uma mulherzinha de nada.
(Martha Medeiros)
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