Bravos
companheiros da 1°
Brigada de Cavalaria.
Ontem obtiveste a mais
completa vitória sobre os escravos da Corte do Rio de Janeiro, a qual, invejosa
das vantagens locais da Província, faz derramar sem piedade o sangue dos nossos
compatriotas para, deste modo, fazê-la presa de suas vistas ambiciosas.
Miseráveis! Todas as vezes que seus vis satélites se têm apresentado diante das
forças livres, têm sucumbido, sem que este fatal desengano os faça desistir de
seus planos infernais. São sem número as injustiças feitas pelo governo: seu
despotismo é o mais atroz. E sofremos calados tanta infâmia? Não! Nossos
compatriotas, os rio-grandenses, estão dispostos como nós a não sofrer por mais
tempo a prepotência de um governo tirano, arbitrário e cruel como o atual. Em
todos os ângulos da Província não soa outro eco que Independência, Liberdade ou
Morte! Este eco majestoso que tão constantemente repetis, como uma parte deste solo
de homens livres, me faz declarar que proclamamos nossa independência
provincial, para o que nos dão bastante direito nossos trabalhos pela liberdade
e triunfo que ontem obtivestes sobre estes miseráveis escravos do poder
absoluto!
Camaradas! Nós que
compomos a 1° Brigada do Exército Liberal
devemos ser os primeiros a proclamar, como proclamamos, a independência desta
Província, a qual fica desligada das demais do Império e forma um Estado livre
e independente, com o título de República Rio-grandense, e cujo manifesto às
nações civilizadas se fará completamente.
Camaradas! Gritemos pela
primeira vez: viva a República Rio-grandense!
Viva a independência!
Viva o
Exército Republicano Rio-grandense!
Campo dos Menezes, 11 de setembro
de 1836.
Comandante da 1° Brigada de Cavalaria
(Extraído do livro “Os Varões
Assinalados”,
de Tabajara Ruas. Editora L&PM)
de Tabajara Ruas. Editora L&PM)
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