sábado, 29 de março de 2014

Por que Samba?

          

Ao escolher cantar/contar a história do Samba, ou semba com era conhecido pelos escravos, estamos homenageando a maior expressão da cultura popular brasileira.

O Samba, semba ou batuque, que já nasceu polêmico, atravessou o Atlântico nos navios negreiros, incorporou os chocalhos e maracás indígenas, anexou a viola dos colonizadores portugueses e deu origem ao ritmo de maior popularidade em todo o país e que hoje é a referência do Brasil em qualquer parte do mundo.

Cantar/contar a história do Samba é fortalecer um movimento de resistência e de afirmação do povo negro, que a partir das batidas do tambor das rodas de candomblé e capoeira na Bahia estendeu-se pelo Brasil. No Rio de Janeiro através das casas das tradicionais “tias” baianas, esse povo, que, após a abolição da escravatura, exerceu as mais variadas atividades profissionais, trabalhando de sol a sol e morando nos cortiços do centro da cidade, iam se divertir.

As “tias” Bebiana, Preseliana de Santo Amaro, Veridiana, Josefa Rica, Ciata e tantas outras, promoviam festas para homenagear os santos, aniversários e batizados. Ali e em comemorações tradicionais como a festa de Nossa Senhora da Penha, compareciam todos os maiores compositores da época, para comer, beber, brincar e lançar suas criações que, com certeza, seriam sucesso no carnaval. O samba começava a se mostrar.

Ao cantar/contar a história do samba estamos divulgado particularidades que remontam o quebra-cabeça da nossa história. Por exemplo? A música “Pelo telefone”, foi o primeiro samba gravado (1917, por Ernesto dos Santos “Donga”) e reconhecido “oficialmente” como pioneiro, é tido como criação coletiva, oriunda de Partido Alto, em que todos improvisam versos.

O ritmo, que para os escravos chamava-se Semba, significava “umbigada” ou “união do baixo ventre”, deu origem ao Samba Reggae, Samba Enredo, Samba Canção, Bossa Nova e o atual Pagode.


Algumas ramificações do Samba:




Þ Samba Canção: Modalidade de samba que valoriza a melodia, em Geral de caráter romântico. Surgido na década de 1920 nos teatros de revista, tornou-se um dos principais gêneros populares brasileiros.

Þ Samba Choro: Composição resultante da fusão de elementos rítmicos e da formação instrumental do samba e do choro, surgida na década de 1930.

Þ Samba de Breque: Modalidade de samba de ritmo acentuadamente sincopado, com paradas súbitas, usadas pelo intérprete para intercalar falas, em geral de caráter humorístico.

Þ Samba de Gafieira: Modalidade de samba de ritmo sincopado feito para dançar. Desenvolvido a partir da década de 1940 pelas orquestras de salões de bailes públicas.

Þ Samba Enredo: composição feita especialmente para o desfile das escolas de samba no carnaval em que s descreve o tema escolhido.

Þ Samba Exaltação: Composição de melodia extensa, com letra de inspiração patriótica. Gênero lançado em 1939 com sucesso de “Aquarela do Brasil”, de Ari Barroso.

Þ Pagode (apropriado pela mídia): Surgiu no início dos anos 90 e a palavra significa “reunião de pessoas”.

Þ Samba Reggae: Gênero musical tipicamente baiano, tocado pelos blocos afros, cuja base instrumental são os tambores. O Ilê Ayiê, por exemplo, é um bloco afro que nasceu de um projeto político de valorização do negro e afirmação de sua identidade.

Þ Bossa Nova: Visto como divisor das águas (estética, poética, ideológica). É um momento em que a cultura popular alimenta-se de biscoitos finos, ou seja, o samba passa a ser tocado, cantado e difundido entre a população de maior poder aquisitivo, saboreando e revalorizando lendários sambistas como Cartola, Nélson Cavaquinho e Zé Kéti.

Þ Samba de Raiz: Denominação surgida na década de 1990 para distinguir a produção de veteranos sambistas não prestigiados pelas grandes gravadoras da forma imposta pela indústria fonográfica como o pagode.

Þ Samba Rock: Denominação dada ao samba interpretado, principalmente à base de guitarra, no estilo popularizado por Jorge Benjor e seus seguidores, é também conhecido como suingue.




 


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