Ao escolher cantar/contar a história
do Samba, ou semba com era conhecido pelos escravos, estamos homenageando a
maior expressão da cultura popular brasileira.
O Samba, semba ou batuque, que já
nasceu polêmico, atravessou o Atlântico nos navios negreiros, incorporou os
chocalhos e maracás indígenas, anexou a viola dos colonizadores portugueses e
deu origem ao ritmo de maior popularidade em todo o país e que hoje é a
referência do Brasil em qualquer parte do mundo.
Cantar/contar a história do Samba é
fortalecer um movimento de resistência e de afirmação do povo negro, que a
partir das batidas do tambor das rodas de candomblé e capoeira na Bahia
estendeu-se pelo Brasil. No Rio de Janeiro através das casas das tradicionais
“tias” baianas, esse povo, que, após a abolição da escravatura, exerceu as mais
variadas atividades profissionais, trabalhando de sol a sol e morando nos
cortiços do centro da cidade, iam se divertir.
As “tias” Bebiana, Preseliana de
Santo Amaro, Veridiana, Josefa Rica, Ciata e tantas outras, promoviam festas
para homenagear os santos, aniversários e batizados. Ali e em comemorações
tradicionais como a festa de Nossa Senhora da Penha, compareciam todos os
maiores compositores da época, para comer, beber, brincar e lançar suas
criações que, com certeza, seriam sucesso no carnaval. O samba começava a se
mostrar.
Ao cantar/contar a história do samba
estamos divulgado particularidades que remontam o quebra-cabeça da nossa história.
Por exemplo? A música “Pelo telefone”, foi o primeiro samba gravado (1917, por
Ernesto dos Santos “Donga”) e reconhecido “oficialmente” como pioneiro, é tido
como criação coletiva, oriunda de Partido Alto, em que todos improvisam versos.
O ritmo, que para os escravos
chamava-se Semba, significava “umbigada” ou “união do baixo ventre”, deu origem
ao Samba Reggae, Samba Enredo, Samba Canção, Bossa Nova e o atual Pagode.
Algumas ramificações do Samba:
Þ
Samba Canção: Modalidade de samba que valoriza a melodia, em Geral de caráter
romântico. Surgido na década de 1920 nos teatros de revista, tornou-se um dos
principais gêneros populares brasileiros.
Þ
Samba Choro: Composição resultante da fusão de elementos rítmicos e da formação
instrumental do samba e do choro, surgida na década de 1930.
Þ
Samba de Breque: Modalidade de samba de ritmo acentuadamente sincopado, com
paradas súbitas, usadas pelo intérprete para intercalar falas, em geral de
caráter humorístico.
Þ
Samba de Gafieira: Modalidade de samba de ritmo sincopado feito para dançar.
Desenvolvido a partir da década de 1940 pelas orquestras de salões de bailes
públicas.
Þ
Samba Enredo: composição feita especialmente para o desfile das escolas de
samba no carnaval em que s descreve o tema escolhido.
Þ
Samba Exaltação: Composição de melodia extensa, com letra de inspiração
patriótica. Gênero lançado em 1939 com sucesso de “Aquarela do Brasil”, de Ari
Barroso.
Þ
Pagode (apropriado pela mídia): Surgiu no início dos anos 90 e a palavra significa
“reunião de pessoas”.
Þ
Samba Reggae: Gênero musical tipicamente baiano, tocado pelos blocos afros,
cuja base instrumental são os tambores. O Ilê Ayiê, por exemplo, é um bloco
afro que nasceu de um projeto político de valorização do negro e afirmação de
sua identidade.
Þ
Bossa Nova: Visto como divisor das águas (estética, poética, ideológica). É um
momento em que a cultura popular alimenta-se de biscoitos finos, ou seja, o
samba passa a ser tocado, cantado e difundido entre a população de maior poder
aquisitivo, saboreando e revalorizando lendários sambistas como Cartola, Nélson
Cavaquinho e Zé Kéti.
Þ
Samba de Raiz: Denominação surgida na década de 1990 para distinguir a produção
de veteranos sambistas não prestigiados pelas grandes gravadoras da forma
imposta pela indústria fonográfica como o pagode.
Þ
Samba Rock: Denominação dada ao samba interpretado, principalmente à base de
guitarra, no estilo popularizado por Jorge Benjor e seus seguidores, é também
conhecido como suingue.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário