Resumo para professores de Literatura Brasileira
01. Espaço cronológico de duração do período:
→ 1601 a 1768
02. Marcos respectivos do início e do fim do período:
→ 1601 - publicação de “Prosopopeia” (Bento Teixeira)
03. Características da sociedade contemporânea do
período barroco:
→ Ambiente colonial;
→ 1768 - “Obras Poéticas” (Cláudio Manuel da Costa)
→ Submissão à Espanha;
→ Invasão holandesa;
→ Fortalecimento da Igreja Católica: (Contra-Reforma,
Jesuitismo, Inquisição)
→ Identificação entre o grupo produtor e consumidor
das obras = elogio mútuo;
→ baixa qualidade literária.
04. Tipos de produção literária barroca: (Literatura das Academias):
→ Academia dos Esquecidos, Bahia, 1724;
→ Academia dos Felizes, Rio de Janeiro, 1736;
→ Academia dos Seletos, Rio de Janeiro, 1752;
→ Academia dos Renascidos, Bahia, 1759.
05. Características da produção acadêmica:
→ Obras de cunho não exclusivamente literário;
→ Literatura de bajulação às autoridades;
→ Obra em destaque: “História da América Portuguesa”,
de Rocha Pita.
06. Características da literatura barroca não
acadêmica: (artísticas):
→ Tentativa de fusão entre teocentrismo e
antropocentrismo;
→ Omportância dos temas religiosos;
→ Preocupação catequética;
→ Influência camoniana (Luís de Camões);
→ Exploração da linguagem:
presença constante de antíteses, paradoxos, hipérboles, anáforas, quiasmos
(jogos de palavras).
07. Origem do Barroco:
→ Espanha.
08. Outras denominações do período barroco:
→ Seiscentismo, Escola Espanhola e Gangorismo (Luís de
Gôngora).
09. Principais representantes da literatura
barroca no Brasil:
→ Bento Teixeira (introdutor da escola barroca entre
nós)
→ Padre Antônio Vieira
→ Gregório de Matos Guerra (principal poeta da escola
barroca brasileira)
10. Bento Teixeira:
→ Autor da epopeia “Prosopopeia” de 94 estrofes em
oitava rima;
→ Objetivo da obra: exaltação de Jorge de Albuquerque
Coelho;
→ Influência camoniana: (obra de valor apenas
histórico).
11. Padre Antônio Vieira:
→ Pertence à literatura luso-brasileira;
→ Características da obra de Vieira: Sermões;
→ Intensa participação na vida social de sua época.
12. Gregório de Matos:
→ Epíteto: “O Boca do Inferno”
→ Obra: lírica (expressão emotiva)
satírica (crítica social)
religiosa (conflito: Deus/Homem)
amorosa (oposição: respeito/desejo)
Poesias de Gregório de Matos
Poema lírico
Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e anjo
juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo
florente,
Em quem, senão em vós se
uniformara?
Quem veria uma flor, que a não
cortara
De verde pé, de rama florescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não
idolatrara?
Se como Anjo sois dos meus
altares,
Fôreis o meu custódio, e a minha
guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que tão bela, e tão
galharda,
Posto que os Anjos nunca dão
pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me
guarda.
Poema satírico
A cada canto um grande
conselheiro,
Que nos quer governar cabana e
vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um bem freqüente
olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e
esquadrinha,
Para o levar à praça e ao
terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os pés de homens
nobres,
Postas nas palmas toda a picardia,
Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito
pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.
Poema religioso
Pequei, Senhor; mas porque hei
pecado
Da vossa alta clemência me
despido;
Porque, quanto mais tenho
delinqüido,
Vós tenho a perdoar mais
empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado.
A abrandar-vos sobeja um só
gemido:
Que a mesma culpa que vos há
ofendido
Vós tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vós deu, como afirmais na sacra
história,
Eu sou, Senhor, a ovelha
desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, pastor
divino,
Perder na vossa ovelha a vossa
glória.
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