sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

História da tatuagem



Quando o explorador inglês James Cook chegou em 1769 às praias do Taiti, na Polinésia, ficou surpreso com os desenhos que cobriam o corpo dos nativos. Ele anotou em seu diário de bordo: “Todos exibem seus tattoos com muito orgulho”. Em taitiano, tatoo significa “marcar”. No entanto, o registro mais antigo de tatuagens foi encontrado em múmias egípcias de sete mil anos. Embora a tatuagem existisse na Roma antiga, o costume foi banido da Europa durante a Idade Média, porque era visto como coisa do demônio. Só voltou a se popularizar na cultura ocidental quando a era das grandes navegações levou marinheiros como Cook aos mares do sul.

A tatuagem é uma modificação corporal, assim como o piercing ou a cirurgia plástica. Algumas culturas fazem as tatuagens usando ossos de animais para injetar a tinta na pele. Outras fazem cortes e esfregam sobre eles pigmentos ou cinzas. Os presidiários russos costumavam usar agulhas e uma mistura de fuligem, xampu e urina.

Foi em 1880 que o norte-americano Samuel F. O´Reilly inventou um aparelho para tatuar, parecido com uma máquina de costura, que injetava tinta na pele com agulhas de metal banhadas em nanquim. Nos anos 20 do século XX, foi inventada uma versão portátil da máquina de O ´Reilly, que não mudou muito até hoje em dia. No Brasil, o introdutor da tatuagem à maquina foi o norueguês Knud Harld Likke Gregersen, no final da década de 1950. Ele montou um estúdio em santos (SP) e ficou conhecido como Lucky Tattoo.

Cada cultura tem objetivos diferentes ao fazer uso das tatuagens: identificação com um grupo, beleza, práticas mágicas ou religiosas são os mais comuns. Muitos povos primitivos achavam que os desenhos na pele garantiam proteção contra maus espíritos. Já os maoris da Nova Zelândia usam as tatuagens como forma de demonstrar posição social e sabedoria. Mas os desenhos na pele também podem ser usados para fins menos nobres, como marcar criminosos ou minorias. Foi o caso dos judeus na Alemanha nazista, que eram marcados com as letras KZ e um número de identificação de seis dígitos ao entrar em um campo de concentração.


Tribo Maori

Cuidados a se considerar


Se estiver disposto a pagar o preço de ter uma marca para o resto da vida em sua pele, sugere-se seguir à risca as recomendações de cuidados que o tatuador passar a você. Embora as infecções em geral sejam raras e relativamente simples de tratar, há casos de infecção por estafilococos, que pode causar dano cardíaco. A hepatite C é outra doença que pode ser transmitida ao se fazer uma tatuagem, não tem cura e quase sempre resulta em cirrose. Não marque bobeira.

Outro ponto a ser considerado é a possibilidade de reações alérgicas à tinta. Se você tem alergia a determinados metais, por exemplo, é grande a chance de ter um transtorno. Você pode pedir ao tatuador que faça um teste, marcando um pontinho de tinta atrás da orelha. Leve isto a sério, porque uma tatuagem grande pode causar choque anafilático.

E para tirar?


Se isto lhe vem à cabeça quando pensa em fazer uma tattoo, o melhor é desistir da ideia, ou esperar até ter certeza.

Existem diversas maneiras de se retirar uma tatuagem, nenhuma delas 100% eficiente. A mais popular é o tratamento com laser, que destrói os pigmentos, mas deixa a pele do local mais pálida – e custa bem mais caro do que fazer a tattoo. Há também cirurgias plásticas que retiram a pele e enxertam pele de outro local do corpo e tratamentos químicos

(Texto da revista Type)


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