Quando o explorador inglês James Cook
chegou em 1769 às praias do Taiti, na Polinésia, ficou surpreso com os desenhos
que cobriam o corpo dos nativos. Ele anotou em seu diário de bordo: “Todos
exibem seus tattoos com muito orgulho”. Em taitiano, tatoo significa “marcar”.
No entanto, o registro mais antigo de tatuagens foi encontrado em múmias
egípcias de sete mil anos. Embora a tatuagem existisse na Roma antiga, o
costume foi banido da Europa durante a Idade Média, porque era visto como coisa
do demônio. Só voltou a se popularizar na cultura ocidental quando a era das
grandes navegações levou marinheiros como Cook aos mares do sul.
A tatuagem é uma modificação
corporal, assim como o piercing ou a cirurgia plástica. Algumas culturas fazem
as tatuagens usando ossos de animais para injetar a tinta na pele. Outras fazem
cortes e esfregam sobre eles pigmentos ou cinzas. Os presidiários russos
costumavam usar agulhas e uma mistura de fuligem, xampu e urina.
Foi em 1880 que o norte-americano
Samuel F. O´Reilly inventou um aparelho para tatuar, parecido com uma máquina
de costura, que injetava tinta na pele com agulhas de metal banhadas em nanquim. Nos anos 20
do século XX, foi inventada uma versão portátil da máquina de O ´Reilly, que
não mudou muito até hoje em dia. No Brasil ,
o introdutor da tatuagem à maquina foi o norueguês Knud Harld Likke Gregersen,
no final da década de 1950. Ele montou um estúdio em santos (SP) e ficou
conhecido como Lucky Tattoo.
Cada cultura tem objetivos diferentes ao
fazer uso das tatuagens: identificação com um grupo, beleza, práticas mágicas
ou religiosas são os mais comuns. Muitos povos primitivos achavam que os
desenhos na pele garantiam proteção contra maus espíritos. Já os maoris da Nova
Zelândia usam as tatuagens como forma de demonstrar posição social e sabedoria.
Mas os desenhos na pele também podem ser usados para fins menos nobres, como
marcar criminosos ou minorias. Foi o caso dos judeus na Alemanha nazista, que eram
marcados com as letras KZ e um número de identificação de seis dígitos ao entrar
em um campo de concentração.
Tribo Maori
Cuidados a se considerar
Se estiver disposto a pagar o preço
de ter uma marca para o resto da vida em sua pele, sugere-se seguir à risca as
recomendações de cuidados que o tatuador passar a você. Embora as infecções em
geral sejam raras e relativamente simples de tratar, há casos de infecção por
estafilococos, que pode causar dano cardíaco. A hepatite C é outra doença que
pode ser transmitida ao se fazer uma tatuagem, não tem cura e quase sempre
resulta em cirrose. Não
marque bobeira.
Outro ponto a ser considerado é a
possibilidade de reações alérgicas à tinta. Se você tem alergia a determinados
metais, por exemplo, é grande a chance de ter um transtorno. Você pode pedir ao
tatuador que faça um teste, marcando um pontinho de tinta atrás da orelha. Leve
isto a sério, porque uma tatuagem grande pode causar choque anafilático.
E para tirar?
Se isto lhe vem à cabeça quando pensa
em fazer uma tattoo, o melhor é desistir da ideia, ou esperar até ter certeza.
Existem diversas maneiras de se
retirar uma tatuagem, nenhuma delas 100% eficiente. A mais popular é o
tratamento com laser, que destrói os pigmentos, mas deixa a pele do local mais
pálida – e custa bem mais caro do que fazer a tattoo. Há também cirurgias plásticas
que retiram a pele e enxertam pele de outro local do corpo e tratamentos
químicos
(Texto da revista
Type)
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