O acaso dos Raios-X
Wilhelm Konrad
Röntgen
O acaso tem sido o berço de grandes
descobertas. Em novembro de 1895, Wilhelm Konrad Röntgen, professor de Física
da Universidade de Würzburg, Alemanha, notou que cristais de bário brilhavam na
escuridão do laboratório quando a corrente elétrica passava por uma ampola de
vidro, onde havia sido feito o vácuo.
Intrigado, pôs um livro entre a
ampola e os cristais, que continuaram brilhando. Mesmo quando uma lâmina metálica
foi interposta, o fenômeno se repetiu.
Röntgen decidiu então verificar se as
chapas fotográficas virgens de uma caixa que havia no laboratório tinham sido
afetadas. Quando as revelou, verificou que estavam veladas. Ao refazer a
experiência, interpondo a sua mão entre a ampola e as chapas fotográficas,
obteve a imagem de seus próprios ossos, ou seja, a primeira radiografia da
história da ciência.
Em 1901, Röntgen ganhou o Prêmio
Nobel de Física pela descoberta dos Raios-X, mas doou o dinheiro para a
Universidade de Munique, onde passara a lecionar em 1900. Diferentemente do que
ocorre hoje, naquele tempo os sábios acreditavam que o ideal da ciência era
servir a humanidade e não engordar os próprios bolsos.
O acaso das Vitaminas
Chrstiaan Eijkman
Foi também o acaso que conduziu à
descoberta das vitaminas. Em 1897, o médico holandês Christiaan Eijkman
pesquisava o beribéri, doença que dizimava populações na Indonésia.
Eijkman observou que o beribéri
atacava galinhas alimentadas exclusivamente com arroz polido, sem casca. Durante
muito tempo, tentou salvá-las de várias maneiras, mas em vão. Nada detinha o
curso da doença.
Em certo fim-de-semana, um jovem
assistente de Eijkman, encarregado de alimentar as galinhas, ficou com preguiça
de polir o arroz e o serviu com casca e tudo nas gamelas.
No dia
seguinte, a surpresa: todas as galinhas estavam curadas.
A partir do acaso, Eijkman observou
que pessoas atacadas de beribéri também tinham dieta em que predominava o arroz
polido. Todas ficaram curadas quando passaram a consumir o arroz com casca.
Eijkman concluiu haver na casca
do arroz uma substância que evitava o beribéri. A análise Química a identificou
como pertencendo ao grupo das aminas. Posteriormente, recebeu o nome de
vitamina, ou seja, a amina que preserva a vida.
Christiaan Eijkman, que um acaso fez
descobrir as vitaminas, ganhou o Prêmio Nobel de 1929.
(Do livro “Notas
Curiosas da Espécie Humana”,
de Jayme Copstein, Editora AGE)
de Jayme Copstein, Editora AGE)
E o que é Abreugrafia?
Dr. Manoel Dias de
Abreu
→ Abreugrafia é um aparelho que
revolucionou o diagnóstico e tratamento da tuberculose, através de um método de
diagnóstico coletivo. Seu criador foi Manoel Dias de Abreu, o primeiro no mundo
a falar sobre Densitometria Pulmonar.
→ O exame é utilizado no rastreamento da tuberculose e doenças ocupacionais pulmonares, e difundiu-se rapidamente pelo mundo graças ao baixo custo operacional e alta eficiência técnica.
→ Graças a Braeuning e Redeker descobriu-se que a tuberculose, em sua fase inicial, era assintomática, e que, consequentemente, os doentes deveriam ser procurados no seio dos grupos aparentemente sadios. Só a Manuel de Abreu ocorreu a ideia, de profundo alcance social, de aplicação da fotografia do ecran ao exame sistemático das coletividades (abreugrafia como hoje é denominada).
→ O Dr. Ary Miranda, presidente do I Congresso Nacional de Tuberculose realizado em maio de 1939, propôs que fosse utilizado o nome Abreugrafia para designar o método criado por Manuel de Abreu. Anos depois, em 1958, o prefeito de São Paulo Ademar de Barros determinou que as repartições públicas da Prefeitura deveriam obrigatoriamente usar o termo Abreugrafia e instituiu o dia 4 de janeiro, dia do nascimento de Manoel de Abreu, como o Dia da Abreugrafia, imitando o gesto do então Presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira.
Resumindo:
→ Abreugrafia é um tipo de exame
que diagnostica precocemente a tuberculose. O método, descoberto em 1936 pelo
médico brasileiro Manoel de Abreu, tornou-se conhecido graças ao seu baixo
custo operacional e eficiência técnica. O Dia da Abreugrafia foi instituído em
1958 em homenagem ao nascimento de Manoel de Abreu. Antes de ser definido o
termo abreugrafia, o exame recebeu nomes como fluorografia, fotofluorografia,
radiografia e Roentgenfotografia.
→ Manoel Dias de Abreu nasceu na
cidade de São Paulo em 4 de janeiro de 1892 (segundo Carlos da Silva Lacaz o
ano seria 1894). Era o terceiro filho do casal Júlio Antunes de Abreu,
português da província do Minho, e Mercedes da Rocha Dias, natural de Sorocaba
(Estado de São Paulo). Até o ano de 1908, viveu entre o Brasil e Portugal.
Casou-se, em São Paulo ,
em 7 de setembro de 1929, com Dulcie Evers.
→ Manoel Dias de Abreu
destacou-se por sua valiosa contribuição à profilaxia da tuberculose,
revolucionou os métodos da pesquisa radiológica (fotografia
do écran fluoroscópio, hoje conhecido como abreugrafia), criou e
aperfeiçoou vários aparelhos e métodos de exames (o meroscópio, a tomografia
simultânea, a tomografia vibratória), e traçou novos caminhos para a
radiografia pulmonar (princípios da radiogeometria, a quimografia), do coração
e do mediastino.
→ Faleceu em decorrência de um
câncer de pulmão, na Casa de Saúde São Sebastião, na cidade do Rio de Janeiro,
em 30 de abril de 1962 (30 de janeiro segundo Carlos da Silva Lacaz), tendo
sido enterrado na cidade de São Paulo.
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