Dom Pedro II
desembarca no porto de Rio Grande – 1865
No mês de julho de 1865, D. Pedro
II e uma comitiva, que incluía quase toda a família real, desembarca no porto
de Rio Grande para uma estada de vários dias na Província de São Pedro do Rio
Grande do Sul, com a finalidade de visitar o front da Guerra do Paraguai em Uruguaiana. A Entrada
de D.Pedro II na Província se deu exatamente pelo histórico porto de Rio
Grande. Esta imagem ficou guardada durante mais de um século e foi descoberta a
uns dez anos passados, no Castelo D’Eu em Paris, num baú com outras centenas de
imagens da família Real. Todo este acervo encontra-se hoje na Biblioteca
Nacional e a coleção toda, foi objeto do livro “Coleção Princesa Isabel” de Pedro
e Bia Corrêa do Lago - Editora Capivara – 2008.
Na imagem, aparece D.Pedro II desembarcando
Após a chegada em Rio Grande , no mesmo
mês de julho, Dom Pedro II chega em Porto Alegre , antes de partir para Uruguaiana.
Dom Pedro II
desembarca no porto em
Porto Alegre *
*Esse cais ficava defronte à Praça
da Alfândega, defronte a Rua da Praia. Mais tarde seria aterrado, recuando o
rio até o porto atual.
Conde d′Eu*, Dom
Pedro II e o Conde de Saxe-Coburgo-Gotta*,
em Uruguaiana em 1865
*Genros de Dom Pedro II
Durante a Guerra do Paraguai (1864−1870)
o imperador Dom Pedro II realizou uma “campanha rio-grandense”, que consistiu
em uma série de visitas às cidades do estado. A viagem pela então Província de
São Pedro iniciou por Rio Grande, passando por Pelotas, Porto Alegre, Rio
Pardo, Caçapava, São Gabriel, Alegrete, Uruguaiana, Itaqui, São Borja,
Livramento, Bagé e Jaguarão. O retorno para o Rio de Janeiro deu-se pelo porto
de Rio Grande.
O imperador esteve acompanhado por Gastão de Orléans, o Conde d'Eu, Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, o Gal. Francisco Xavier Cabral, o Doutor Joaquim Meirelles (médico da Casa Imperial), Joaquim Raimundo De Lamare, o General Beaurepaire, Pinto Melo e Lisboa. Além destes compunham a caravana o Ministro da Guerra, Ângelo Muniz Ferraz, com seis empregados e secretários, e a escolta imperial, composta por 300 pessoas.
Especialmente para a visita de
Dom Pedro II à cidade, em 1865, foram finalizadas as obras de melhoramento da
rua Benjamin Constant, facilitando o acesso ao Porto. Antes a via era sinuosa e
interceptada por uma chácara. O presidente da Câmara Municipal, Joaquim Vieira
da Cunha, determinou a ligação da São Domingos (atual Benjamin Constant) com as
ruas Andrade Neves e General Osório, antes obstruídas. Após o desembarque, a
comitiva seguiu pela rua São Domingos (Benjamin Constant) em direção à Félix da
Cunha, com a finalidade de chegar à Igreja Matriz (Catedral São Francisco de
Paula). Após a cerimônia, o imperador seguiu em direção ao palácio de João
Francisco Vieira Braga, o Conde de Piratini, localizado na rua Félix da Cunha
esquina Tiradentes, nº 520. A
rua que antes se chamava de “Rua do Comércio”, passou a ter o nome de “Vinte e
Quatro de Outubro”, em alusão à visita imperial, sendo mudado posteriormente
para o nome atual: Félix da Cunha.
Parte do percurso da comitiva foi
percorrida por via terrestre, em carros de tração animal e a cavalo; outra
parte se deu em embarcações, utilizadas na Lagoa dos Patos, nos rios Jacuí e
Uruguai, no Rio Jaguarão, na Lagoa Mirim e no Canal de São Gonçalo. O Conde
d’Eu, que à época estava em viagem de núpcias com a Princesa Isabel quando os
paraguaios entraram em São
Borja , seguiu os passos do Imperador. Encontraram-se em
Caçapava, continuando juntos a viagem.
Fonte:
Foto: Luigi Terragano / Imperador
Dom Pedro II vestindo uma pilcha gaúcha, em Porto Alegre ; a
imagem foi feita no contexto da Guerra do Paraguai, em 1865.
Um dia de realeza
O escritor alegretense Danilo
Santos, em seu livro “Alegrete em Fatos” (2006), cita a presença do Imperador
em Alegrete como Um Dia de Realeza. Foi no dia 8 de setembro de 1865 que a
comitiva Imperial chegou a Alegrete, a caminho de Uruguaiana para a rendição
paraguaia. Era composta por 15 carretilhas, a maior parte puxada por quatro
cavalos. Com o Imperador, seus dois genros, Conde de D’Eu e príncipe de
Saxe-Coburgo-Gotta, além do Marquês de Caxias e oficiais. Na sua estada em
Alegrete, o Imperador visitou um hospital de campanha, provavelmente, pois a
Santa Casa de Caridade só seria construída sete anos depois. Nesse hospital
havia 80 doentes. O retorno da comitiva de D. Pedro II de Uruguaiana ocorreu no
dia 6 de outubro do mesmo ano.
Texto de Alair
Oliveira Almeida
Dom Pedro II e genros
Reprodução da presença do
Imperador D. Pedro II em Alegrete, a caminho de Uruguaiana, com seus dois
genros, o Conde D'Eu e príncipe Saxe-Coburgo-Gotta que o acompanharam na vinda
ao Sul.
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