quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Fábulas de burros



O burro meteorologista

Era uma vez um rei que queria pescar.

Ele chamou o seu meteorologista e pediu-lhe a previsão do tempo para as próximas horas.

Este lhe assegurou que não iria chover.

A noiva do monarca vivia perto de onde ele iria e colocou sua roupa mais elegante para acompanhá-lo.

No caminho, ele encontrou um camponês montando seu burro que viu o rei e disse:

− Majestade, é melhor o senhor regressar ao palácio porque vai chover muito.

O rei ficou pensativo e respondeu:

− Eu tenho um meteorologista, muito bem pago, que me disse o contrário. Vou seguir em frente.

E assim fez.

Choveu torrencialmente.

O rei ficou encharcado e a noiva riu-se dele ao vê-lo naquele estado.

Furioso, o rei voltou para o palácio e despediu o meteorologista.

Em seguida, convocou o camponês e ofereceu-lhe emprego. 

O camponês disse:

− Senhor, eu não entendo nada disso. Mas, se as orelhas do meu burro ficam caídas, significa que vai chover.

Então, o rei contratou o burro.

E assim começou o costume de contratar burros para trabalhar junto ao Poder...

Desde então, eis a razão de burros ocuparem as posições mais bem pagas em qualquer governo.

A fábula do burro que levava relíquias…

Um burro, carregando a estátua de um santo e outras relíquias, caminhava pelas ruas da cidade. E por onde ele passava as pessoas entoavam hinos e queimavam incensos. Paravam para vê-lo e fixavam em sua direção olhares de admiração. Alguns até se ajoelhavam.

Imaginando que todas as honrarias eram para ele, o burro, cheio de orgulho, marchava soberbamente diante do povo. E até fazia paradas estratégicas quando percebia que a multidão exultava.

Alguém que por ali passava, observando a pose do animal, adivinha o que lhe passa na cabeça e diz:

– Não sejas tolo, ó burro insano! Deixa de lado essa presunção! És pobre de cabeça? Não vês que as homenagens e as preces dos suplicantes são para o santo que carregas, e não para ti?

Quantos burros se imaginam adorados pelos homens! Quantos magistrados que nada sabem são aplaudidos pela imponência da toga!


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