Petrarca Maranhão
(Estes versos foram feitos, em 1956,
para o presidente Juscelino Kubitschek,
para o presidente Juscelino Kubitschek,
mas poderiam ter sido
feitos para o atual.)
Fala, fala o Presidente,
Fala com garbo, eloquente,
Com calor, com vibração.
Mas... a vida não melhora,
Sofre o pobre, o povo chora,
Verbo não é solução.
Procure Sua Excelência,
Pondo a mão na consciência,
Dar-nos mais do que esperança.
Não seja um “amigo-urso”
Que apenas nos faz discurso.
Parola não enche pança!
Res non verba é este o ponto
Que interessa ao povo pronto
Verba, sim, esta a questão.
Já descrente o povo zomba,
Basta, senhor, de maromba,
Chega de tapeação.
Ou, então, o que é que há,
O que falta ao câmbio vil,
Pra, afinal, sem mais tardar
O Bolsonaro* começar
A governar o Brasil.
O povo já está cansado,
Nervoso, desesperado,
De tudo o que já ouviu.
Ele só quer – ora essa!
Não mais saber de promessa
De quem disse... e não cumpriu!
*****
(* no verso
original o nome era Jota-Jota = Juscelino e Jango)
(Da revista “Careta”,
setembro de 1956)
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