O fim
Frederic
Brown
O professor Jones vinha trabalhando
na teoria do tempo há vários anos.
- Encontrei a equação-chave - disse ele um dia à sua filha. - O Tempo é um campo. Esta máquina
que eu construí pode manipular, reverter mesmo, esse campo.
Premindo um botão enquanto falava,
continuou: - Isto fará com que o tempo
caminhe para trás para caminhe tempo o que com fará isto: - continuou, falava enquanto botão
um premindo.
- Campo esse, mesmo reverter, manipular pode construí
eu que máquina esta. Campo é um Tempo o. - Filha sua à dia um, ele disse - chave-equação a encontrei -
Anos vários há tempo do teoria na
trabalhando vinha Jones professor o.
§ § §
Um jeito de viver
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
No nosso costume nós usávamos dar
as coisas, nós usávamos trocar as coisas.
A gente dava peneira, a gente
trocava peneira.
A gente ganhava machado, a gente
trocava machado, ou então a gente dava machado.
Nosso costume era assim: quem
precisava, podia pedir.
A gente tinha que dar as coisas.
Mas a gente também recebia as
coisas.
Ou, então, a gente trocava as
coisas.
Nós trocávamos com gente do nosso
Povo.
Às vezes, trocávamos com gente de
outros Povos.
Tinha Povos que não faziam
panela.
Então trocavam com outro Povo que
sabia fazer panela bem feita.
Tinha Povos que não sabiam fazer
cestos.
Então trocavam com outro Povo que
sabia fazer cesto bem bonito.
O nosso costume era assim.
Nós não usávamos comprar. Nós não
usávamos vender.
Nós usávamos dar. Nós usávamos
trocar as coisas.
Tem alguns Povos que vivem de um
modo parecido com o nosso.
Mas a maioria dos Povos vive de
um modo diferente.
Nesse outro jeito de viver, as
coisas não são dadas nem trocadas.
Nesse jeito de viver, as coisas
são compradas e vendidas.
Nesse jeito de viver, entra o
dinheiro.
Mas quem tem mais dinheiro é que
fica sendo o dono das coisas.
Quem tem mais dinheiro é que é: o
dono das terras, o dono das máquinas, o dono das fábricas, o dono das
companhias, o dono dos seringais, o dono do turismo, o dono dos garimpos, o
dono do comércio, o dono do Governo.
(em Histórias dos
povos indígenas – 500 anos de luta no Brasil
editora Vozes)
§ § §
meus amigos
quando me dão a mão
sempre deixam
outra coisa
presença
olhar
lembraçacalor
meus amigos
quando me dão
deixam na minha
a sua mão
Paulo Leminski
§ § §
Meditação
transcendental
Para
meditar,
o
homus modernus ocedentalis
cruza
as pernas
deixa
as costas eretas
os
braços relaxados
concentra
a atenção num
ponto
e assim imóvel
em
pensamento e ação
liga
a televisão.
Ulisses
Tavares
§ § §
Relógio
As
coisas são
As
coisas vêm
As
coisas vão
As
coisas
Vão
e vêm
Não
em vão
As
horas
Vão
e vêm
Não
em vão
Oswald de Andrade
§ § §
Rua
torta,
Lua
morta,
Tua
porta.
Cassiano Ricardo
Cassiano Ricardo
Nenhum comentário:
Postar um comentário