domingo, 29 de março de 2020

Como são feitos os testes para coronavírus



Entenda a ciência por trás do exame que identifica a covid-19

Por que o teste é importante?

→ Com ele, é possível identificar onde o vírus está circulando, a chamada vigilância virológica. Baseado nesses dados, o Ministério da Saúde pode adotar uma série de estratégias de contenção para evitar a proliferação do microorganismo.

Para que serve o teste?

→ O teste é o principal mecanismo para confirmar o diagnóstico da covid-19. Atualmente, o Ministério da Saúde orienta o procedimento apenas para casos graves − pacientes que apresentem sintomas como falta de ar ou dificuldade de respiração.

Como funciona?
  
1) Coleta:

Grandes cotonetes, os swabs, coletam amostras do trato respiratório (nariz e garganta).

O material é colocado dentro de um tubo.

Nele, está contido um líquido que conserva todos os microorganismos.

2) No laboratório:

O material é dividido em volumes. Um é armazenado e outro vai para processamento.

3) Extração:

A amostra passa pela chamada “extração de ácidos nucléicos”: todo o material genético é separado e limpo.

4) Constatação:

Nesse processo, conhecido como RTPCR, pequenas “iscas” − os primers − buscam o material genético do coronavírus dentro da mistura. A amostra é ampliada como se fosse uma cópia. Assim, caso seja constatada a presença do vírus, é possível analisá-lo.

Quando fica pronto?

→ O resultado leva de 48 a 72 horas para sair.

A família do vírus:

→ De origem ainda incerta, o coronavírus recebeu esse nome porque parece, no microscópio, com uma coroa. Em inglês, a palavra é “crown”, que remete a “corona” (coroa em espanhol). Oficialmente, o nome do microorganismo é Sars-CoV-2.

Coronavírus é o nome de uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O Sars-CoV-2 é o responsável por causar a doença enfrentada atualmente, a covid-19.

Por que existe a contraprova?

Para controle. No Brasil, existem três laboratórios de referência segundo o Ministério da Saúde: Instituto Adolfo Lutz (SP), Fundação Oswaldo Cruz (RJ) e Instituto Evandro Chagas (PA). Sempre que um teste positivo é constatado por uma rede particular, por exemplo, a amostra é enviada para as instituições, que realizam a contraprova. Confirmado o caso, o laboratório está apto a fazer os demais testes na população. O processo ocorre apenas no primeiro teste positivo.

Por que não é possível testar uma população inteira?

Atualmente, o maior gargalo dos testes está no RTPCR. O processo é complexo e necessita de insumos e reativos − como enzimas, sais e tampões −, que são produzidos por diferentes empresas. Com a crescente demanda, a oferta do produto torna-se inviável, afinal, países costumam ter milhões de habitantes.

Aumento da produção:

Recentemente, a Fiocruz anunciou que aumentará a própria produção para entregar 1 milhão de testes de coronavírus até o fim do ano. Cerca de 13 mil pessoas no Brasil já foram testadas pelo sistema Único de Saúde (SUS). A medida segue a recomendação Organização Mundial da Saúde (OMS).

(Do Caderno Vida de Zero Hora, março de 2020)





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