domingo, 8 de março de 2020

O último bonde de Porto Alegre



Bonde com moleques caroneiros

Às 20h30min do dia 8 de março de 1970, o último bonde de Porto Alegre era recolhido ao depósito da Carris. Um grupo de motorneiros e cobradores assistia a cena, chorando. Acabava ali o primeiro transporte público Capital, que marcou o cenário urbano da cidade por mais de 90 anos. Naquele dia, a prefeitura decretou passe livre para a população. O povo acotovelava-se em frente à sede da Carris, então na Avenida João Pessoa, e nas paradas para se despedir dos caixotes amarelos. O prefeito Thompson Flores levou sua família. Secretários, jornalistas e um grande número de fotógrafos também participaram do que se chamou de “Passeio da Saudade”. Essa história começou, oficialmente, em 1872, quando nasceu a Carris (mais antiga empresa de transporte urbano do país). Primeiro, os bondes eram puxados a mula. De metal e madeira e com lamparinas a querosene, uma viagem do Centro ao Menino Deus podia levar horas. Acontecia até de os passageiros descerem do bonde com pena dos bichos, como relatado no livro Rio Grande do Sul - Um século de História, de Carlos Urbim.


Bonde puxado a burro

Em 1908, a companhia inaugurou o serviço de bondes elétricos. Até veículos de dois andares circularam pela cidade. Eram chamados de imperiais - embora logo tenha pegado o apelido de “chope duplo”.


Bonde imperial (chope duplo)

(Fonte: Almanaque de Zero Hora)




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