quarta-feira, 10 de abril de 2019

O Voto Consciente X Ostracismo



E por falar em Ostracismo, vamos a um pouco de história: Ostracismo, banimento, lançar ao esquecimento.

Do grego ostrakon, concha. Os atenienses quando tinham que votar pelo banimento de um de seus concidadãos, como no caso de Aristides, inscreviam seus votos − sim ou não − no fundo de uma concha. Daí a expressão, ainda muito usada hoje em dia: relegar ou lançar alguém ao ostracismo, isto é, ao esquecimento.

Quando do banimento de Aristides, percorrendo este as ruas de Atenas, enquanto os cidadãos votavam, aproximou-se de um velho que o não conhecia e perguntou-lhe:

- Votas sim ou não?

- Sim (isto é, pelo ostracismo), foi a resposta.

- E por que votas sim?

- Porque dizem que Aristides é justo, e eu não entendo o que isso seja.

Nota: Por esse episódio vemos que o voto inconsciente vem de longe. − Sem comentários contemporâneos, notadamente os relativos à nossa Pátria. 


Até mesmo Péricles, considerado o “pai” da democracia ateniense, recebeu muitos votos para ser ostracizado, mas nunca chegou a sofrer efetivamente essa sentença. Para os ostracizados, havia ainda o recurso da anistia, que viabilizava seu retorno à cidade-estado. Foi o que aconteceu com Tucídides, em 404 a.C.


O ostracismo poderia ser aplicado a pessoas suspeitas de corrupção, fosse do espólio público ou da moral. Foram os casos do escultor Fídias e do filósofo Sócrates, respectivamente. Fídias foi acusado de roubar parte do ouro destinado à construção de obras de Atenas. Sócrates, por sua vez, foi acusado de corromper os jovens a quem ensinava seu método filosófico. Mas o filósofo, entretanto, como é sabido, preferiu a sentença de morte por cicuta à saída de Atenas. 


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