E por falar em Ostracismo, vamos a um
pouco de história: Ostracismo, banimento, lançar ao esquecimento.
Do grego ostrakon, concha. Os
atenienses quando tinham que votar pelo banimento de um de seus concidadãos,
como no caso de Aristides, inscreviam seus votos − sim ou não − no fundo de uma
concha. Daí a expressão, ainda muito usada hoje em dia: relegar ou lançar
alguém ao ostracismo, isto é, ao esquecimento.
Quando do banimento de Aristides,
percorrendo este as ruas de Atenas, enquanto os cidadãos votavam, aproximou-se
de um velho que o não conhecia e perguntou-lhe:
-
Votas sim ou não?
- Sim
(isto é, pelo ostracismo), foi a resposta.
- E
por que votas sim?
-
Porque dizem que Aristides é justo, e eu não entendo o que isso seja.
Nota: Por esse episódio vemos que
o voto inconsciente vem de longe. − Sem comentários contemporâneos, notadamente
os relativos à nossa Pátria.
Até mesmo Péricles, considerado o
“pai” da democracia ateniense, recebeu muitos votos para ser ostracizado, mas
nunca chegou a sofrer efetivamente essa sentença. Para os ostracizados, havia
ainda o recurso da anistia, que viabilizava seu retorno à cidade-estado. Foi o
que aconteceu com Tucídides, em 404
a .C.
O ostracismo poderia ser aplicado
a pessoas suspeitas de corrupção, fosse do espólio público ou da moral. Foram
os casos do escultor Fídias e do filósofo Sócrates, respectivamente. Fídias foi
acusado de roubar parte do ouro destinado à construção de obras de Atenas.
Sócrates, por sua vez, foi acusado de corromper os jovens a quem ensinava seu
método filosófico. Mas o filósofo, entretanto, como é sabido, preferiu a
sentença de morte por cicuta à saída de Atenas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário