Desenhar é fácil: é só correr o risco.
Será que para os marchantes não há vacas magras?
O martelo agride é quando baixa a cabeça.
O sol nasceu pra toldos.
O trabalho dignifica. O que avilta é o salário.
Mendicância vai mal: falta de verbas.
As opiniões aqui omitidas são de responsabilidade da
autocensura.
Sempre foi um individualista. À sua maneira.
Ei, Nordeste, quando é que o feijão vai pintar nas bocas?
Nadar em Ipanema ou Leblon tanto faz como fezes.
Todo pobre, ao tentar subir na
vida, sofre um impulso de cima para baixo igual e proporcional a sua
insistência.
Visão distanciada da triste
realidade? Só se você virar o binóculo ao contrário.
O conformista, quando sente sede
de justiça, bebe.
Lá em casa não tem problemas
freudianos: eu e mamãe nos damos muito bem.
Toda a noite o impetuoso delegado
envolve a esposa nas garras da lei.
Para certos acadêmicos, só um
chazinho da meia-noite.
Ei, pessoal: já que o mundo está
em crise de papel, que tal medirmos as palavras?...
Multinacionais? É o polvo no
poder.
Antídoto pra cegueira, sim
senhor. Quem viver verá.
Quando eu digo que é melhor
calar, todos fazem que sim, com a cabeça.
É só pensar no motivo de minha
insônia e perco logo o sono.
Eu ganho um salário mínimo. Minha
mulher gasta dois salários mínimos. Começo a desconfiar de alguma coisa...
(Do livro “Antologia
Brasileira de Humor. J a Z 2” )
Sylvio Eduardo de Abreu (20 de dezembro
de 1942, São Paulo, capital) é um ator, diretor, roteirista e autor de
telenovelas e telesséries brasileiro. Em suas obras, se tornou famoso por
adotar o estilo policial e, por ambientá-las em São Paulo , onde mora.
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