Filho és, pai serás.
Nos
velhos tempos havia uma terra onde os filhos costumavam levar os pais velhos,
que já não podiam trabalhar, para o cimo de um monte, onde ficavam sozinhos,
para morrer à míngua. Certa vez ia um moço do lugar levando o velho pai às
costas, para abandoná-lo. Chegando ao ponto em que ia deixar o ancião,
colocou-o no chão e deu-lhe uma manta para que se abrigasse do frio até a hora da morte. E o velho perguntou:
− Tens por acaso uma faca contigo?
− Tenho, sim senhor. Para que a quer?
− Para que cortes ao meio esta manta que me estás dando. Guarda a outra metade para ti, quando teu filho te trouxer para este lugar.
O moço ficou pensativo. Tomou o pai às costas e voltou com ele para casa, fazendo assim, com que o horrível costume desaparecesse para sempre.
Filho és, pai serás, como fizeres, assim
acharás.
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Fábula de tradição portuguesa,
do livro Fábulas do Mundo Inteiro
Fábula de tradição portuguesa,
do livro Fábulas do Mundo Inteiro
O Ladrão e o Cão de Guarda
Um
ladrão veio na calada da noite para assaltar uma casa trazendo consigo vários
pedaços de carne com a intenção de acalmar um feroz Cão de Guarda que vigiava o
local. A carne, evidentemente, serviria para distraí-lo, de modo que não
chamasse a atenção do seu dono com seus reveladores latidos.
E
tão logo o mal intencionado ladrão jogou os pedaços de carne aos pés do animal,
disse-lhe então o cão:
“Ora, Senhor, Se você estava querendo calar
minha boca, cometeu um grande erro. Tão inesperada gentileza vinda de suas
mãos, apenas serviram para me deixar ainda mais atento. Sei que por trás dessa
cortesia sem motivo, o Senhor deve ter algum interesse oculto, de modo a
beneficiar a si mesmo e prejudicar o meu dono...”
Moral da História 1:
Gentilezas inesperadas sem motivo aparente, plano de malogro mais que evidente...
Moral da História 2:
Assim como não existe o agrado que seja gratuito, também não existe boa intenção sem um dissimulado intuito...
Fábulas de Esopo
Ilustradas
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