quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Um poeta do samba

Luiz Carlos da Vila


Caricatura de Carlos Wolfgram

Luiz Carlos Baptista, conhecido como Luiz Carlos da Vila (Rio de Janeiro, 21 de julho de 1949 − Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2008), foi um compositor e sambista brasileiro, conhecido por sua passagem pela ala de compositores da Vila Isabel. Foi um dos compositores do samba-enredo Kizomba, a Festa da Raça, que consagrou a escola em 1988. Também compôs Samba que nem Rita, à Dora, gravada por Seu Jorge.

Sempre acesa

Tudo bem, veja bem,
Eu prometo, até juro,
Não vou insistir.
O amor acontece,
É uma prece, e, sem fé,
É melhor nem pedir.

Quem partiu, quem ficou,
Não interessa, acabou,
Outro dia já vem.

É manter sempre acesa
A chama que apaga e acende também.

Hoje nós percebemos
Que nós já não temos nenhuma razão.
Se não temos assunto, pra que ficar juntos?
É o fim da questão.

Foi um tempo tão bom de alegrias
E com o amor que é capaz
De fazer com que a gente não esqueça
O que se passou, nunca mais.

Por isso, então, eu digo:
Que a gente tem é que tentar ser feliz.
Enquanto há vida há esperança no amor.
Se está bom, a gente até pede bis.
Mas se não está, é bom pensar.
Que o amor verdadeiro
É lobo e cordeiro, é vidro e rubi.
Sendo assim, até mais,
De repente, a gente ainda pode curtir.

Enquanto eu puder sonhar,
Eu não vou desistir.
Vou sorrir, vou cantar,
Vou tentar ser feliz outra vez por aí...

P.S. Está música está disponível na internet.

“A maior invenção do homem é a roda.
A segunda é a roda de samba”.

(Luiz Carlos da Vila)


O poeta Luiz Carlos da Vila nos deixou, mas deixou uma lição muito importante, não importa o que aconteça a nossa vida sempre será um grande show e todos os shows, vocês já sabem, tem que continuar!

Atualmente, no Rio de Janeiro, há um viaduto na Penha e uma escola estadual em Manguinhos recebem o nome do poeta.

Leitor contumaz de Carlos Drummond de Andrade e Fernando Pessoa, Luiz Carlos é de fato o poeta do samba, mesmo que rejeitasse a ideia de ser poeta, argumentando que apenas traduzia as imagens para o papel.

Luiz Carlos da Vila, ou das Vilas, como gostava de chamá-lo Nei Lopes, é um dos principais nomes da geração Cacique de Ramos, primeiro grupo de compositores de samba que surge à margem das escolas. O Cacique é um bloco fundado no começo dos anos 1960.

Luiz Carlos da Vila era conhecido como o Poeta do Samba e sabia tocar acordeon e violão. Frequentava o Cacique de Ramos, onde apresentava seus sambas. Além de Kizomba, suas músicas mais conhecidas são O Sonho não acabou - uma homenagem a Candeia − O Show tem que continuar, Além da Razão e Doce Refúgio − um poema dedicado ao Cacique de Ramos. A música Por um dia de graça se tornou um dos hinos das "Diretas Já". Seu disco de estreia, que tinha seu nome como título, foi produzido por Martinho da Vila, em 1983. O último solo, de 2005, Um Cantar à Vontade, traz uma coletânea de sua obra, registrada ao vivo.

Luiz Carlos da Vila tem músicas gravadas por Simone, Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Alcione, Jair Rodrigues e Jorge Aragão, entre outros. Orgulhoso, exaltou em seus poemas a negritude e a mistura de raças. Poucos compositores fizeram no samba, ou em qualquer outro gênero, esta grande festa da raça negra.

Livro sobre o sambista Luiz Carlos da Vila tem a cidade do Rio como ponto de partida. Compositor de 'Kizomba, a festa da raça' é tema de biografia de Luiz Antonio Simas e Diogo Cunha: “Princípio do infinito − Um perfil de Luiz Carlos da Vila”.

No dia 20 de outubro de 2008, ele faleceu, aos 59 anos. Deste dia, fez-se um dia de luto para o samba. Nascido em Ramos, viveu entre as Vilas Kenedy e da Penha e, por isso mesmo, recebeu este apelido.
   
(Textos de vários blogs da internet)




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