domingo, 20 de outubro de 2019

Façanha com o laço



Não é lenda. É uma história real que ocorreu em dezembro de 1951, no interior de Santa Maria,  Rio Grande do Sul, e teve grande repercussão. No começo de 1952, a revista O Cruzeiro reproduziu o episódio em cinco páginas ilustradas e, daí para frente, a insólita notícia se espalhou pelo mundo, figurando até na Time americana. O autor da façanha: o peão Euclides Guterres (foto abaixo). A façanha: laçou um avião em pleno voo.


Tudo começou quando o piloto Irineu Noal, do aeroclube de Santa Maria, pegou um teco-teco Paulistinha e decolou rumo à fazenda de Cacildo Pena Xavier, em Tronqueiras, e passou a tirar rasantes sobre as coxilhas. No alto de uma delas, Euclides cuidava de uma novilha e achou que o voo era alguma provocação. Armou o laço de 13 braças e atirou em direção ao bico do teco-teco. Quando percebeu que tinha acertado, largou o laço, “para não ser levado pelo avião”, mas a hélice já o havia cortado. O piloto, assustado, tratou de pousar na base de Camobi. O peão Euclides, morto em 1981, relatou na época: “Eu não fiz por maldade, não acreditava que pudesse pegar o aviãozinho pelas guampas num tiro de laço”.


(Do livro “Almanaque Gaúcho O Livro”)




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