Dinosul

 O Dinosul, na Avenida Wenceslau Escobar, na Tristeza, sua grande loja de confecções no primeiro andar e seu grande dinossauro verde folha da fachada, da Rede Dosul.

Inauguração do Supermercado Dinosul na Wenceslau Escobar – 1974 

Foto de Paulo Alvares

Recuerdos da vida urbana 

Quando me casei na Igrejinha lá no alto da Vila Assunção, em 11 de dezembro de 1971, depois da lua de mel, fui morar diretamente na casa dos sogros, sita na Rua Chavantes, 636, fundos, num “apartamento” privativo, que ficava ao lado da garagem. E foi por lá que nasceu meu filho varão. Hoje, a propriedade ainda é do espólio, locada ao Restaurante Iaiá Bistrot. 

Foram bons tempos. Logo após, em 1973/1974, minha residência foi edificada num amplo terreno, também na Vila Assunção, com casa de frente à Avenida Wenceslau Escobar, 1451 e fundos para a então Rua Tupi, depois, Gregório Beregaray Filho. Havia mato abundante, sobretudo maricás e macegas, antes das obras. Enquanto residia com os sogros, contratei para tomar conta da área, inicialmente, o nego Vino e, depois, Orgêncio. Sempre havia alguma queixa da vizinhança a propósito de alguma folia. 

O Supermercado DINOSUL, construído há pouco, ficava quase em frente, um pouco abaixo. Praticamente defronte a casa ficava a chamada Pracinha do Dinosul. Quando me mudei para esse endereço, a Rua (Tupi) nem estava aberta, era um caminho rudimentar de terra e capim, o caminhão de mudança atolou. Quando a Prefeitura, por contatos e requerimentos meus, houve por bem realizar o que estava previsto no Plano Diretor, sua patrola ficava estacionada à noite nos fundos do meu terreno. Nosso portão era um simples gradeado, em que se passava cadeado tarde da noite, mas nem sempre. Os poucos que por ali transitavam durante o dia, batiam palmas para perguntar se não tinha “pão velho”. 

Plantei muitas árvores, flores e arbustos e mandei fazer um bom canil de alvenaria para os diversos cães que tive sucessivamente, com ênfase ao boxer campeão Kojak, atropelado na faixa, numa inesperada e difícil escalada de muro em busca de sexo. Era um mundo diferente e uma região tranquila. Mas, eventualmente, eu era despertado da sesta de fim de semana por alto-falantes arranjados na referida pracinha, anunciando os grandes espetáculos de algum circo instalado naquelas bandas. Porto Alegre era uma cidade agradável e pitoresca. A zona sul tinha ares interioranos saborosos. 

José Pedro Mattos Conceição