sábado, 6 de março de 2021

Uma bandeira destruída

 

Não sou de me ufanar, mas é difícil segurar a emoção quando vejo um atleta receber uma medalha olímpica enquanto nosso hino toca e a bandeira do país é hasteada. Nesses momentos, sou tomada de um orgulho raro, já que são poucas as vitórias do Brasil e muitas as suas derrotas. Uma delas foi quando permitimos que um bando de alucinados tomassem a nossa bandeira como símbolo de sua ignorância e deste governo que de patriota não tem nada. 

Arredondando, foram 57 milhões de pessoas que votaram neste homem que aí está. É muita gente, e entre elas estão os que votaram por identificação e com os quais não há o que conversar, é um voto autoexplicativo que tende a se repetir. 

No entanto, há milhões de homens e mulheres corretos, sensatos, de boa índole, que não desejaram votar nele, mas que entraram na onda de blindar a esquerda a qualquer custo, preferindo apostar em terra arrasada. Não são homofóbicos, nem racistas, nem fascistas, nem milicianos, nem fanáticos religiosos. São boas pessoas que, embalados pelo endeusamento do Moro (pois é) e por medo do socialismo (!), deram seu voto a uma criatura que torceram para que fosse apenas um bravateiro, enquanto tapavam o nariz. 

Dois anos de nariz tapado deu em asfixia, não só metafórica. Os que tentaram evitar o cheiro de podre que viria do Planalto contribuíram para que hoje contabilizemos uma quantidade trágica de vítimas do coronavírus, esgotando os profissionais de saúde e a capacidade de atendimento dos hospitais. Não quiseram enxergar o que era nítido, transparente, perceptível. Não houve enganação: ele nunca fingiu que era outra coisa que não um homem sem responsabilidade social, sem ideias, sem projeto, sem visão de mundo, sem cultura, sem compaixão, sem educação, sem inteligência, sem humor, sem amigos. Todos pressentiram o perigo, mas taparam o nariz, fecharam os olhos e cá estamos. 

Nossa bandeira foi desonrada por quem não tem compromisso com o país. Nossa bandeira virou símbolo de desrespeito à nação, uma contradição que só mesmo amalucados conseguem promover. O presidente não usa máscara, despreza a vacina, dá péssimo exemplo e ergue a bandeira como se amasse os brasileiros. Só uma curriola fanática ainda diz amém. Esses estão abduzidos, mas se você foi um dos que votou tapando o nariz dois anos atrás, tem o dever cívico de ajudar o Brasil a respirar melhor e a recuperar o orgulho pátrio. 

É hora de construirmos uma transição para longe de quem transformou nossa bandeira num trapo sujo. Em qualquer governo, de qualquer país, coisas dão certo e dão errado, mas o que está acontecendo conosco não se enquadra em certo e errado. É uma monstruosidade que temos, juntos, a obrigação de reparar. 

Martha Medeiros, em Zero Hora, março de 2021 

Outras opiniões 

(...) 

Esse cardápio vem sendo explicitado ao país em desabafos de Bolsonaro a apoiadores. “Brasileiro pula em esgoto e não acontece nada”, “Gripezinha”, “País de maricas”, “E daí? Quer que eu faça o quê?”. É simples. De um líder numa guerra se espera que lidere − ou então deixe a tarefa para outros mais capazes. 

Marcelo Rech em: “Quem está no comando?”,

Zero Hora, março de 2021. 

(...) 

Continuo achando que a eleição de Bolsonaro foi um erro, e ele reforça essa convicção todos os dias com sua grosseria, sua falta de educação, sua inépcia e sua crueldade. A forma como se comporta na pandemia, então, é mais do que reprovável. É triste. 

David Coimbra em: “É possível falar bem de políticos”

Zero Hora, março de 2021. 

Manifesto contra Bolsonaro 

Muitos famosos usam suas redes sociais para se posicionar e mostrar que são contra as atitudes do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, (sem partido). Desta vez, celebridades como o cantor e compositor Chico Buarque, o padre Júlio Lancelloti, o teólogo Leonardo Boff, entre outras personalidades, como atores, atletas, economistas, religiosos e jornalistas, resolveram assinar um manifesto chamado ‘Vida acima de tudo”, que pede a condenação da política genocida do governo Bolsonaro. 

Em alguns trechos do documento está em destaque o intencional colapso do sistema de saúde, o descaso com a vacinação e com as medidas básicas de prevenção, a total ausência de uma política sanitária, além de um pedido ao Tribunal Penal Internacional (TPI) a condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização. 

Vale ressaltar que toda essa manifestação contra o chefe de Estado se refere ao comportamento negativo dele diante da pandemia do novo coronavírus. Bolsonaro chamou a doença de ‘gripezinha, não incentiva e não usa máscara de proteção contra a doença, provocou aglomerações, não concorda com o isolamento social e lockdown, entre outras atitudes polêmicas de uma autoridade se comportar.

Um dia irá acontecer... 

Um dia, os anos preocupantes da pandemia irão ficar para a história, e alguém irá perguntar o que você fez ou deixou de fazer nessa época tão dramática de nossa vida. Eu, pelo menos, coloquei neste almanaque textos para conscientizar as pessoas. E você não leu, não comentou, nem divulgou nada... Faça a sua parte não vote nunca mais num genocida!

NSM

P.S. Já são mais de 550 mil mortos na conta de um presidente negacionista. Quantos ainda morrerão até o final do ano?

5 comentários:

  1. Nossa Bandeira está sendo destruída.
    Acorda Brasil!

    ResponderExcluir
  2. Agradecemos a essa iniciativa, a esse grito de socorro que, infelizmente, não acorda os que sentem-se perfeitamente representados pelo genocídio, até acontecer com eles, evidentemente. Fique bem claro, não estamos desejando isso à eles não, mas isso é óbvio.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, amigo desconhecido, pelo menos, minimamente, estamos fazendo a nossa parte...

      Excluir
    2. Se estas pessoas nao tomam as medidas de protecao e isolamento e nao se vacinam, é uma questao de tempo para o contagio.. o virus nao vai embora. Já apareceu outra cepa...

      Excluir
    3. Tudo isso é verdade, mas o governo federal que não comprou as vacinas a tempo, que não usou, para dar o exemplo, máscaras protetoras e só disse besteira. Um presidente que subestimou a pandemia e irá para o lixo da história!

      Excluir