Saiba
quem foram alguns dos personagens
que mudaram a história da música popular
brasileira.
Bossa Nova sua história sua gente
capa de um disco histórico
capa de um disco histórico
01. João Gilberto (1931-2019)
Cantor, violonista e compositor, formou com Tom Jobim e Vinicius de Moraes o
trio que deu personalidade à bossa nova. Baiano de Juazeiro, fã de Orlando
Silva, afinadíssimo, gravou pela primeira vez uma nova batida de samba, marca
registrada da bossa nova, nas faixas Chega
de Saudade e Outra Vez do disco Canção do Amor Demais (1958), de Elizete
Cardoso. Entre os anos 60 e 70, fez carreira nos Estados Unidos. Morreu no Rio
de Janeiro.
02. Antônio Carlos Jobim
(1927-1994) Compositor, cantor, instrumentista e arranjador, nascido no Rio, é
um dos gênios da música brasileira de todas as épocas. É autor da trilha sonora
básica da bossa nova com Vinicius de Moraes (Chega
de Saudade, Garota de Ipanema, Amor em Paz, O Nosso Amor) e Newton Mendonça
(Desafinado, Samba de uma nota só).
03. Vinicius de Moraes
(1913-1980) Poeta de formação erudita, diplomata, cronista e crítico de cinema,
Vinicius, com a bossa nova, uniu seu caminho ao da música popular. Suas letras,
associadas às melodias de Tom Jobim, contribuíram para dar ao movimento o
otimismo e a delicadeza de seus primeiros tempos. Fez parcerias também com
Carlos Lyra, Baden Powell, Chico Buarque, Francis Hime e Toquinho.
04. Carlos Lyra (1936-) Cantor,
compositor e violonista, teve suas primeiras canções gravadas pela cantora
Sylvinha Telles. Alguns de seus maiores êxitos nasceram da parceria com
Vinicius de Moraes (Coisa mais Linda,
Minha Namorada, Marcha da Quarta-feira de Cinzas). Propôs a criação de um
novo movimento, o sambalanço, em resposta à influência da música americana na
bossa nova.
05. Johnny Alf (1929-2010)
Pianista de casas noturna de Copacabana, considerado um dos precursores da
bossa nova por sua técnica de instrumentista e cantor. Compôs O que é Amar (1952) e Rapaz de Bem (1953). Sua Eu e a Brisa, apresentada pela primeira
vez no Festival da Música Popular da TV Record, em 1967, tornou-se um clássico
nas vozes de gerações de cantores.
06. Dick Farney (1921-1987) Cantor
influenciado pelo jazz e pela música popular americana, foi um dos criadores do
samba-canção romântico e um dos antecessores da bossa nova. Inspirou o
Sinatra-Farney Fan Club. Fez gravação antológicas de canções como Copacabana, de João de Barro e Alberto
Ribeiro, e Marina, de Dorival Caymmi.
07. Lúcio Alves (1927-1993) Rival
de Dick Farney no coração dos fãs do rádio nos anos 50. Foi integrante do
conjunto Namorados da Lua e um dos personagens da pré-história da bossa nova.
Uniu-se a Dick Farrney em Tereza da Praia,
de Tom Jobim e Billy Blanco, numa interpretação que ironiza a antiga disputa
entre os dois.
08. Astrud Gilberto (1940-)
Cantora, primeira mulher de João Gilberto. Participou do histórico LP Getz/Gilberto, numa interpretação
magistral da versão em inglês de Garota
de Ipanema. Consagrou-se como intérprete nos Estados Unidos, onde se tornou
o nome mais conhecido da música brasileira, ao lado de Sérgio Mendes. Nos anos
80, tornou-se a musa da new bossa inglesa (Style Council, Matt Bianco,
Everything but the Girl).
09. Baden Powell (1937-2000) Um
dos mais exímios violonistas da história da MPB, destacou-se em sua parceria
com Vinicius de Moraes, especialmente pela série conhecida como “afro-sambas” (Berimbau, Canto de Ossanha), mas também
por outras canções que se tornaram clássicos da bossa nova (O Astronauta, Samba da Bênção, Samba em Prelúdio).
10. Marcos Valle (1943-) Ao lado
do irmão, Paulo Sérgio Valle, ganhou projeção como compositor e intérprete da
chamada segunda geração da bossa nova. Compôs Samba de Verão e Preciso
Aprender a Ser Só, entre outras.
11. Maysa (1936-1977) Cantora,
rompeu com a família para fazer carreira na noite e consagrou-se como uma das
grandes intérpretes de sambas-canções dos anos 50. Separada do primeiro marido,
protagonizou um tumultuado casamento como Ronaldo Bôscoli, que rendeu histórias
para o folclore do movimento. Fez gravações definitivas de O Barquinho e outras composições da primeira fase da bossa nova.
12. Nara Leão (1942-1989)
Somou-se ainda adolescente à maré da bossanovista. O apartamento da família
Leão foi sede de algumas das famosas reuniões musicais dos primeiros tempos do
movimento. Cantora e violonista de sensibilidade, comandou a revalorização de
compositores da velha guarda do samba, como Nelson Cavaquinho, Zé Kéti e
Cartola, ou da música regional, como João do Vale. Protagonizou o histórico
show Opinião, depois substituída por
Maria Bethânia. Nos anos 80, gravou o disco Abraços
e Beijinhos e Carinhos sem Ter Fim, com um repertório de bossa nova no qual
se destacavam Telefone, de Roberto
Menescal e Ronaldo Bôscoli, e Você e Eu,
de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes.
13. João Donato (1934-) Pianista,
compositor e arranjador, já disse que não fez parte da bossa nova. Tornou-se,
porém, um intérprete refinado do mood
do movimento, em canções como A Rã
(com Caetano Veloso), A Paz e Lugar Comum (com Gilberto Gil). Viveu 13
anos nos Estados Unidos.
14. Newton Mendonça (1927-1960)
Amigo de infância de Tom Jobim, pianista de boates na zona sul carioca, compôs
com seu mais famoso parceiro temas como Desafinado
− em que ironiza os críticos do uso de acordes dissonantes e emprega a
expressão “bossa nova” pela primeira vez numa letra −, Samba de uma Nota Só, Discussão,
Caminhos Cruzados e Meditação. A morte prematura não foi
suficiente para apagar sua presença da história do movimento.
15. Ronaldo Bôscoli (1929-1994)
Jornalista e letrista, oriundo de família tradicional do Rio, participou de
alguns dos momentos mais importantes da bossa nova. Neto da compositora
Chiquinha Gonzaga, era um profundo conhecedor da música americana − “Gosto mais
de Frank Sinatra do que de mulher”, costumava afirmar. Com amigo Roberto
Menescal, compôs sucessos como O
Barquinho, Telefone, Você e Tetê. Foi autor da reportagem da revista
Fatos e Fotos que revelou a identidade da musa de Garota de Ipanema, de Tom e Vinicius − a adolescente Heloísa Eneida
Pinto, futura Helô Pinheiro.
16. Roberto Menescal (1937-)
Compositor, arranjador e produtor. Na adolescência, dividia seu tempo entre a
música e a pesca submarina, paixões que nunca abandonou. Foi um dos responsáveis
pela propagação da batida inventada por João Gilberto. Convidado a trabalhar no
Exterior, preferiu permanecer no Rio e tornar-se uma espécie de sacerdote da
bossa nova junto às novas gerações de músicos e arranjadores.
17. Sylvinha Telles (1934-1966)
Cantora, integrante da primeira geração da bossa nova, à qual se incorporou
ainda adolescente, com os amigos Carlos Lyra, Luiz Eça, Maurício Einhorn e
Durval Ferreira, e primeira estrela do movimento. Foi pioneira na interpretação
de músicas de Tom Jobim e Newton Mendonça no programa Música e Romance, da TV Rio, que apresentava com o marido, o músico
Candinho.
18. José Ramos Tinhorão (1928-) Crítico
e historiador da MPB, ficou conhecido como o mais ferrenho adversário da bossa
nova, que acusa de ser uma imitação do jazz. Como redator da revista O Cruzeiro,
a mais prestigiada da década de 50, deu forma final às reportagens de um
correspondente cubano tidas como francamente desfavoráveis ao show da bossa
nova no Carnegie Hall, em Nova York. Atraiu
a ira dos criadores da bossa nova, de seus seguidores e da maioria da crítica
da época. Reconhece a originalidade da batida de violão de João Gilberto.
(Cultura: Bossa 40
anos* – jornal Zero Hora, abril de 1998)
* Ano da reportagem, pois a Bossa Nova já fez 50 anos, em
2008, e 60 anos, em 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário