sábado, 18 de abril de 2020

Duas personalidades e dois fatos da História do Brasil



Portugal mandou-nos um príncipe, D. João VI, que era o contrário de um príncipe na concepção popular: gordo, flácido, mole, tinha mãos gordas, rosto balofo, lábios carnudos, pernas inchadas; era sujo, glutão, sovina; no seu retrato psicológico, segundo Oliveira Lima, era apático, acanhado, macio, generoso, curioso, engraçado, astucioso, pusilânime; segundo João Ribeiro, era fútil, poltrão, desmoralizado; para sua própria esposa, Carlota Joaquina*, que o traía escancaradamente, era homem de duas caras.

(Do livro “Cultura de Verniz”, de Roberto Menna Barreto)

* Conta-se que a rainha portuguesa, Carlota Joaquina, foi a responsável pela invenção da caipirinha, mandando, pois, misturar frutas com cachaça para fazer compotas e ingerindo litros da mistura com gelo para se refrescar. Documentos mostram que a lista de compras da cozinha do palácio onde vivia era encabeçada por imensas quantidades de aguardente de cana.

Detestada pela corte portuguesa, odiada pelo povo, a mulher que ficaria conhecida como A Megera de Queluz, chegava a consumir 20 litros por dia do coquetel de lima, açúcar e cachaça.

(Do blog “AH Aventuras na História”)


Não é comprovado que D. Pedro I tenha bradado “Independência ou Morte”, às margens do Ipiranga, tão logo recebei a carta que o intimava a voltar para Portugal: parece que reagiu, isso sim, soltando sonoros palavrões − como era, aliás, do seu estilo; só em seguida, certamente por inspiração dos ingleses (que não queriam aqui uma República, mas sim um outro reino luso sob influência britânica), traduziu, sem conhecer as origens, o grito “Independence or Death”, de Henry Patrick, herói da independência americana: mas só da boca para fora, pois continuou súdito fiel do pai.

(Do livro “Cultura de Verniz”, de Roberto Menna Barreto)


Nenhum comentário:

Postar um comentário