A carioca way of life
(Uma pequena história
contada por Ronaldo Bôscoli)
Na idade de 15, 16 anos, todo garoto
tem turma e é meio sacana. A minha turma era muito inspirada, um verdadeiro
time de atores e produtores de trotes. Dela faziam parte meu primo, o falecido
ator Jardel Filho, Hélio Saboya, que já foi até secretário de Segurança, o
também ator Hélio Souto, Abel Gazio e outros mais. Frequentávamos as tenebrosas
sessões das quatro do cinema São Luiz (em Copacabana), que eram o terror das
senhoras e das moças.
Fazíamos verdadeiras “produções”,
porque nossas brincadeiras não eram improvisadas. Muitas vezes, exigiam
planejamento e investimento, pelo menos em tempo e trabalho. Dou, como exemplo,
uma produção de Jardel Filho. Passava no São Luiz um filme sobre Maria
Antonieta, esta interpretada por uma atriz muito popular na época, Norma
Shearer. No clímax da história, ela caminhava para a guilhotina, de costas,
parava, virava-se para trás, ou seja, na direção do espectador, depois seguia
seu caminho para a morte. O clima da cena, naturalmente, era tenso pra burro,
ficava aquele silêncio altamente dramático. Pois bem, Jardel foi ver o filme
várias vezes e contou o tempo da caminhada da Shearer. Na hora exata, passou a
gritar alto e em bom som: “Norma! Olha aqui pra quem te comeu!” A atriz, na
tela, parava, virava, olhava de soslaio. O cinema vinha abaixo de tanto que as
pessoas riam. Interrompiam a sessão, acendiam as luzes, era uma bagunça total.
(Texto do livro “Eles
e Eu – Memórias de Ronaldo Bôscoli)
Norma Shearer, como
Maria Antonieta, filme de 1938.
Maria Antonieta (Marie Antoinette,
no original em inglês) é um filme norte-americano
de 1938,
do gênero drama, dirigido por W. S. Van
Dyke e estrelado por Norma Shearer
e Tyrone Power.
Edith Norma Shearer (Montreal,
10 de agosto
de 1902
‒ Los Angeles,
12 de junho
de 1983)
foi uma atriz
nascida no Canadá e naturalizada norte-americana. Shearer foi uma das
atrizes mais populares do mundo a partir de meados da década
de 1920
até sua aposentadoria em 1942. Ganhou um Oscar de melhor atriz em 1930 por The
Divorcee (A Divorciada). É considerada a "Rainha da MGM".
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