terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Estante à mesa



Os pratos descritos por seus escritores preferidos dizem muito mais do que você imagina.

Como água para chocolate

Laura Esquiavel.

→ O humor da personagem principal reflete no gosto de seus alimentos, podendo causar situações constrangedoras. Sob o pano de fundo da Revolução Mexicana, a escritora dá pistas do contexto por meio da alimentação de suas personagens;

O corpo

Stephen King

→ Nesta narrativa do livro Quatro estações, a pitoresca competição de quem come mais torta de uvas ocasionou uma série de vômitos que imortalizou o conto do escritor. A história acontece em 1959, período em que eram muito comuns essas competições pelos estados do interior americano.


Dona Flor e seus dois maridos

Jorge Amado

→ Dona Flor dava aula de culinária para as mulheres da alta sociedade baiana. Por isso, os pratos citados no livro nos mostram como eram os hábitos alimentares boêmios da Bahia dos anos 1940.

Noite na taverna

Álvares de Azevedo

→ Ao transportar o seu apreço pela bebida para a história, o escritor cita o vinho quase 40 vezes. Diz a lenda que ele bebia vinho dentro de um crânio roubado do antigo Cemitérios dos Aflitos, onde aconteciam reuniões da Sociedade Epicureia, grupo formado por Azevedo, Bernardo Guimarães e Aureliano Lessa.

No caminho de Swann

Marcel Proust

→ O ato de levar o doce madeleine à boca faz o personagem mergulhar em um emaranhado de memórias da infância. Segundo o escritor, o paladar tem função de convocar o passado. E o bolinho se tornou mais do que um gatilho de lembrança, sendo personagem importante da obra.

(Da Revista da Cultura – outubro de 2013 –
na matéria Os talheres da Literatura, de Denise Godinho)




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