Revista Psiu!
A vestimenta que reproduz com
elegância a sobriedade da nossa indumentária histórica, conforme os ditames e
as diretrizes traçadas pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho, é considerada
“Pilcha Gaúcha”.
A pilcha, vestimenta histórica do
gaúcho, foi transformada em traje de honra e de uso preferencial no Rio Grande
do Sul, a partir de uma lei estadual de 10 de janeiro de 1989.
O Movimento determina como traje
masculino oficial do peão (à época Farroupilha), o conjunto de chiripá, camisa,
colete ou jaleco, jaqueta, ceroulas, chapéu, guaiaca, bota, faixa, esporas e
lenço. O traje histórico feminino, confeccionado com tecidos estampados e/ou
lisos, é composto por saia e blusa ou saia e casaquinho ou vestido, saia de
armação, bombachinha, meias e sapatos. A maquiagem da prenda é discreta,
enquanto os cabelos devem estar semipresos ou em trança ou em tranças,
enfeitados com flores naturais ou artificiais, sem brilhos.
Traje de Peão
Chiripá farroupilha – Pano inteiro passado por entre as pernas,
atado na cintura, primeiro de trás para frente e após, de frente para trás.
Tecido de lã ou então liso em tear ou sem listras somente nas laterais
(barrados). Ambos admitem franjas. Comprimento tomado pelo fundilho, na altura
da metade da canela, cujo comprimento não deverá passar da altura do joelho
para facilitar o movimento.
Camisa – Tecido algodão ou linho. Padrão liso, com gola ampla ou de
padre (corte da época) com mangas longas, sem cava e punho estreito amarrado
com cadarços ou ajustado com botão, fechada na frente, estando aberta até a
altura do peito, fechada por cadarços ou botões e sem rendas.
Colete ou jaleco – Tecido encorpado (grossinho, ou ainda, de
lãzinha) com uma só ordem de botões, sem ou com gola pequena, de um só tecido e
cor (sóbria), abotoado na frente com uma única carreira de botões, sem fivela
de ajuste.
Jaqueta – Modelo com botões metálicos, sem correntes, de tecido
encorpado ou ainda de lã, na altura da cintura.
Ceroulas – Algodão, com ou sem macramê, sem franjas se usadas por
dentro da bota, com franjas se usadas por fora da bota, cujo comprimento não
deverá passar a altura do início do calcanhar, para não pisar na franja.
Detalhes – Lenço preto só nos casos de luto. Jamais em festas e
bailes. Lenço xadrez ou branco e preto também é luto (aliviado). Os nós mais
conhecidos são: nó de correr, nó de namorado, nó de rodeio, nó cabeça de boi,
nó de dois galhos, rapadura.
Chapéu – Chapéu de feltro, copa alta arredondada e aba curta com barbicacho
de seda e sem metal (usado com o lenço vermelho, ou na cabeça ou no pescoço,
com nó republicano). Chapéu de feltro copa baixa e aba larga com barbicacho de
seda e sem metal (usado com lenço no pescoço, nas cores branco, bege ou ainda
vermelho, com outro nó que não o “republicano”).
Guaiaca – Lisa,
com uma ou duas fivelas, bolsos em número de um a três.
Bota – Modelo tradicional. Couro liso modelo tradicional, cor
preta, marrom escuro ou marrom avermelhado.
Faixa – De cor
vermelha, preta ou bege-cru, de lã, com 10 a 12 cm de largura, sem bordado.
Esporas – Seu uso
é facultativo.
Lenço – Usado na
cabeça ou no pescoço, nas seguintes formas:
Se usado na cabeça, vai
obrigatoriamente representar o farrapo: de seda, na cor vermelha, de tamanho
grande, cobrindo os ombros, com o nó republicano no peito (atado no próprio
lenço da cabeça, com o nó republicano, sem outro lenço no pescoço).
Se usado no pescoço: quando
representar o farrapo. De seda, na cor vermelha, com nó republicano de
simbolismo político, composto de dois topes e uma “rapadura” ao centro –
vermelho de 1835.
Traje da Prenda
Saia e blusa ou saia e casaquinho – O traje feminino deve
representar a mesma época e classe sociais do homem. Saia barra no peito do pé,
godê ou em panos. Cor
mais escura que a blusa.
Blusa de mangas longas e justas aos ombros, com babadinhos (sem
exageros) nos punhos, decote pequeno em “v”, sem expor os ombros e os seios.
Casaquinho (usar
com a camisa por baixo) – as mangas longas e justas aos ombros, abotoado na
frente, com gola (sem exageros), com ou sem debrum. Tecido lisos e mais
encorpados, sem usar enfeites dourados, prateados, pinturas a óleo e demais
tintas e purpurinas, bordados, tendo o cuidado de escolher cores harmoniosas e
lisas, esquecendo as cores berrantes, cítricas. Obs: não usar combinações com
as cores da bandeira do Rio Grande do Sul ou do Brasil.
Vestido – Inteiro e cintura baixa, com barra da saia no peito do
pé; corte godê ou em
panos. Mangas longas, justas aos ombros, punhos com babadinhos
ou renda nos punhos. Decote pequeno em “v”, sem expor os ombros e seios.
Enfeites de rendas, sem exageros. Tecidos estampados, mais pesados, como
brocado, tafetá, gorgorão. No trato diário eram usadas mesclas de lã ou linho.
Cores rosa, azul e verde, aconselhando-se cores harmoniosas, evitando-se cores
e contrastes chocantes, cítricas, e similares. Não usar preto nem nos detalhes,
nem combinações com a cores das bandeiras do Rio Grande do Sul e do Brasil. Não
são permitidos os tecidos transparentes, slinck, lurex e similares, rendão,
brilhosos ou fosforescentes, enfeites como bordados, dourados, prateados e
pintura a óleo e demais tintas purpurinas.
Saia de armação – Leve e discreta, na cor branca. Se tiver babados,
estes devem concentrar-se no rodado da saia, evitando-se excesso de armação.
Bombachinhas – De
cor branca, de tecido leve com enfeites de rendas discretas, abaixo do joelho,
cujo comprimento deverá ser sempre mais curto que o vestido.
Meias e sapatos – As meias devem ser de cor branca ou bege e longas
o suficiente para não permitir a nudez das pernas. Os sapatos, nas cores preto,
marrom ou bege ou botinhas pretas ou marrom escuro, com cadarços da cor da
botinha.
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