Um
passageiro num vagão de trem de primeira classe insistia
− Senhor fiscal, verifique que esse homem anda viajando com bilhete de terceira classe.
Este explicou:
− Ora é porque se viu uma ponta do bilhete fora da algibeira e eu reparei que era da mesma cor que o meu.
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Uma senhora de idade assistia a uma conferência sobre Fisiologia. No final do seu discurso, o conferencista convidou os assistentes a fazerem-lhe as perguntas que quisessem. A senhora levantou-se:
− Era obséquio informar-me, disse ela, − se a parte do cérebro a que chamam “cerebelo” fica dentro ou fora da cabeça.
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− Ó papai, se eu tirar cinco tostões da algibeira de um sujeito, é roubo?
−Está claro que é.
− E seu ganhar cinco tostões numa aposta, é jogatina?
− De certo
− Ma se eu impingir a alguém por 550 uma coisa que vale cinco tostões?
− Ah! Isso então é outra coisa, isso é negócio!
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Resultado imprevisto
Um fidalgo, ricaço, resolveu oferecer um lauto jantar aos seus amigos.
Fez os seus convites e meteu-se no seu automóvel para ir distribuir. Mas já dentro do carro, reparou que lhe tinham esquecido os convites.
− Manuel! Vai ao meu escritório e traze-me o maço de cartas que me ficaram sobre a mesa onde eu costumo fazer as paciências.
Segue o automóvel e o fidalgo ia indicando ao criado:
− Aqui, o senhor Visconde de tal; ali, no número 50, o senhor conselheiro de tal; etc.
Quando chegou a certa altura perguntou:
− Manuel, faltam muitas cartas ainda?
− Não, meu senhor. Falta só o duque de espadas e o valete de copas!...
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Lógica
O médico: − Essas dores nos músculos da perna esquerda, senhor Anacleto, são devidos à idade avançada que você já vai tendo, sabe?
O Anacleto: − Sim, senhor doutor? Mas então minha perna direita tem a mesma idade e ela não me dói!
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Vingança cruel
Estavam muito apaixonados, mas por fim chegou um dia em que tiveram uma grande questão e se separaram, cada um deles resolvido e nunca mais ver o outro, enquanto vivessem.
Passaram anos, e quase se tinham esquecido por completo dessa pequena intriga amorosa, quando uma noite se encontraram, cara a cara, num baile.
Ele ficou um tanto embaraçado, mas, todavia, dirigiu-se para ela precipitadamente e disse, com uma certa afabilidade:
− Estimo muito vê-la, Elisa.
Ela olhou-o com indiferença e respondeu friamente:
− Tem graça! Seria você ou seu irmão que foi dantes um grande admirador meu? Já me não lembro.
Ele sentiu-se melindrado, mas manteve-se à altura da situação.
− Efetivamente, também me não recordo − retorquiu com um sorriso de ironia − mas é mais natural que tenha sido meu pai.
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O caminho a seguir
O advogado: − Diga-me então lá quais palavras de que o réu se servia no libelo de que o senhor se queixa.
O queixoso: − Disse que me desafiava a encontrar um maior ladrão e mentiroso do que eu era.
O advogado: − E o que foi que o senhor respondeu?
O queixoso: − Disse-lhe que vinha ter com o meu advogado.
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Ela por ela
O criado de escritório: − O patrão disse-me que lhe dissesse que ele não estava.
O visitante: − Ah! Sim? Pois pode dizer ao seu patrão que eu não vim cá.
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Tudo menos marido
A Brígida, a empregada da casa, dirigiu-se à patroa.
− Eu vinha pedir à senhora se me dava uma semana de licença − disse ela − porque me queria casar.
A Brígida tinha sido sempre boa rapariga, por isso a patroa deu-lhe a semana de licença, e ainda mais um vestido branco, uma mantilha e um pudim.
No fim de semana, A Brígida voltou.
−Ah! Minha senhora − exclamou ela. Isso é que eu estava uma noiva bonita! O vestido ficava-me muito bem, a mantilha era um encanto, e o pudim estava esplêndido.
− ainda bem, Brígida, gosto de saber que tudo correu bem − disse-lhe a patroa − e espero que tenha alcançado um bom marido.
A Brígida mudou logo para um tom indignado.
− Ah! Minha senhora, não queira saber o que me aconteceu? O grande malvado nunca chegou a aparecer!
Segurança primeiro que tudo
O eletricista estava embaraçado.
− Olha lá! −disse ele para o ajudante, − ponha aqui a sua mão num desses fios.
O ajudante assim fez
− Sente alguma coisa?
− Não senhor.
− Ainda bem, −disse o eletricista − eu não tinha certeza qual deles era. Não toque no outro que lhe dá morte instantânea.
(Textos dos Almanaques Bertrand, de 1925 e 1930)
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