sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Humor de Max Nunes

 

 1º texto 

Cliente: − Estou tão nervosa, doutor!

Dentista: − Não há motivo, madame. 

Cliente: − Esse é o primeiro dente que eu arranco!

Dentista: − E eu também. 

2º texto

Careca: − Me dá um vidro de loção para crescer cabelo.

Caixeiro: − Grande ou pequeno?

Careca: − Pequeno, que eu não gosto de cabelo muito comprido. 

3º texto

Professora: − Menino, você precisa aprender inglês.

Aluno: − Pra quê?

Professora: − Porque metade do mundo fala essa língua!

Aluno: − E não chega? 

Fonte: Max Nunes. Em: Ruy Castro (Org.). Uma pulga na camisola: o máximo de Max Nunes. 

Fla-Flu

 Max Nunes 

Agonizava,

Mas com o radinho

Junto à orelha.

O jogo do seu time ele escutava.

Esperando

E agonizando,

Ele torcia

E não morria.

Mas quando aconteceu o gol,

Ele morreu feliz,

Feliz morreu.

E nem ficou sabendo

Que o gol que ele esperava

Não valeu.

Frases de Max Nunes 

1. “O famoso explorador inglês bebia tanto que, quando os antropófagos o almoçaram, não tiveram indigestão. Tiveram uma bebedeira.” 

2. “O beijo nada mais é do que a uma contração da boca provocada por uma dilatação do coração.” 

3. “Quem pede a palavra nem sempre a devolve em condições.” 

4. “Comprador: Eu gostaria de ver alguns carros de segunda mão realmente bons. Vendedor: Eu também.” 

5. “O difícil de confundir alhos com bugalhos é que ninguém sabe o que são bugalhos.” 

6.  “Quando a professora contou ao pai que seu filho havia roubado uma nota de 100 reais da sua bolsa, o pai exultou de contentamento: era a primeira nota alta que o filho tirava na escola.” 

7. “Há casais que se detestam tanto que não se separam só pra não dar esse prazer ao outro.” 

8. “ − Menino, como se chama aquela pessoa que mata o pai e a mãe? – Órfão?” 

9. “Hoje, numa sala de aula, o verdadeiro quadro negro é o salário do professor.” 

10. “Por que não cruzam um pombo-correio com um papagaio? Assim, em vez de levar um bilhete, ele já dava logo o recado.” 

Homeopoesia

(Texto de Max Nunes sobre a homeopatia) 

Não sei se a homeopatia cura ou não. Mas acho lindos os nomes de seus remédios. Eis alguns, colhidos no velho Guia Homeopático de Almeida Cardoso, de 1938: 

Bórax − Lembra nome de âncora de telejornal, mas resolve a falta do leite materno. 

Briônia − Uma rainha da antiga Babilônia? Não. É um remédio para problemas da bexiga e suores noturnos. 

Dulcâmara − Para dores reumáticas ou nome de mucama em filme brasileiro de época. 

Gelsemium − Remédio para senhoras histéricas. Cairia igualmente bem como nome de parlamentar corrupto. 

Ipecacuanha − Serve para bronquite catarral ou para batizar cidade do interior paulista. 

Jucaína − Remédio que não informam muito bem para o que serve, mas cujo nome seria ideal para índia de novela. 

Lobélia − Poderia ser o título de um balé do Bolshoi com coreografia de Roland Peti, mas também cura sarna. 

Stramonium − Ficaria melhor como nome de compositor russo, mas é remédio para insônia. Uma certeza: enquanto houver homeopatia, não vai faltar poesia. 

Uma certeza: enquanto houver homeopatia, não vai faltar poesia. 

Novos provérbios

(Max Nunes)

Quem não deve não treme. 

Quem tudo quer tudo pede. 

Um dia a caspa cai. 

O creme não compensa.

Max Nunes nasceu no Rio de Janeiro, em 1922. Foi o criador de Balança, Mas Não Cai (1968), e roteirista dos humorísticos Satiricom (1973), Planeta dos Homens (1976) e Viva o Gordo (1981). Também contribuiu com o texto do Programa do Jô, entre 2000 e 2014. Morreu em 2014, aos 92 anos. 

Max Nunes era adepto, como costumava dizer, do humor satírico e “limpo” – ou “do umbigo para cima”. Ele criou, na Globo, o líder de audiência Balança Mas Não Cai (1968), programa que reeditou um sucesso da Rádio Nacional nos anos 1950, colocando no ar quadros e personagens queridos do público, como Fernandinho e Ofélia, aquela que só abria a boca quando tinha certeza. Com Haroldo Barbosa – “o único sujeito do mundo que andava na chuva sem desviar da poça”, escreveu Faça Humor, Não Faça Guerra (1970), Satiricom (1973) e Planeta dos Homens (1976). Max Nunes foi padrinho de casamento de Jô Soares e também acompanhou o amigo ao longo da carreira, em diferentes emissoras. De Viva o Gordo (1981) ao Programa do Jô (2000), Max trabalhou com Jô até falecer, em 2014, aos 92 anos de idade.


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