quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

A mística que nos faz diferentes

 

Desenho de Waldomiro Neto

Parabéns Gaúcho 

Dimas Costa e Eleu Salvador 

(Estribilho duas vezes) 

Parabéns, parabéns,
Saúde e felicidade!
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade.
 

Que Deus velho te conceda,
Com sua benevolência,
Muitas, muitas campereadas
No potreiro da existência.
 

E unidos, no mesmo afeto,
Te abraçamos neste dia
E para seguir a festança
Repetimos com alegria:
 

(Estribilho duas vezes) 

Parabéns, parabéns,
Saúde e felicidade!
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade.
 

O Rio Grande do Sul é, seguramente, o único Estado brasileiro que canta sempre, em primeiro lugar o “parabéns gaudério”, depois canta o “outro”, o “Parabéns a você”. 

Infelizmente, o Hino Nacional é cantado sem muito entusiasmo, mas na hora de se cantar o Hino Rio-Grandense, todos cantam a pleno pulmões, em qualquer cerimônia pública. 

No Final da Taça Libertadores da América contra o São Paulo, em 2006, com noite fria e chuvosa, para dar um ar épico ao jogo que iria iniciar, Bagre Fagundes, autor do Canto Alegretense, pelo serviço de alto falantes do estádio, pediu que todos, em pé, cantassem com o maior vigor de suas vozes o Hino dos Gaúchos. O estádio tremeu, as vozes saíam das gargantas o mais alto possível, todos choravam com as mãos crispadas para o ar. Éramos contra todos. Éramos contra São Paulo. Éramos contra o Brasil! Eu estava lá, eu testemunhei esse fato, foi o jogo da minha vida! 

Hino Rio-Grandense 

Letra: Francisco Pinto da Fontoura

Música: Joaquim José de Mendanha

Harmonização: Antônio Tavares Corte Real 

Como a aurora precursora

do farol da divindade,

foi o vinte de setembro

o precursor da liberdade. 

(Refrão) 

Mostremos valor, constância,

Sirvam nossas façanhas

de modelo a toda a terra.

De modelo a toda terra

sirvam nossas façanhas

de modelo a toda terra. 

Mas não basta pra ser livre,

ser forte, aguerrido e bravo,

povo que não tem virtude,

acaba por ser escravo. 

(Refrão) 

Mostremos valor, constância,

nesta ímpia e injusta guerra.

Sirvam nossas façanhas

de modelo a toda a terra.

De modelo a toda a terra

sirvam nossas façanhas

de modelo a toda terra. 

Oficializado pelo Decreto 5.213, de 5/1/1966. Na versão original, adotada em 1934, havia a estrofe: 

Que entre nós reviva Atenas

para assombro dos tiranos.

Sejamos gregos na glória

e na virtude, romanos. 

Dizem que essa estrofe foi amputada do nosso hino pela lei estadual citada acima por iniciativa de um deputado da Arena. Ela foi retirada pela censura oficial, vigente na época. 

Os tiranos reconheceram-se 130 depois, mas não há comprovação histórica par tal afirmação. 

Refrão ou Estribilho: versos repetidos no fim de cada estrofe (conjunto de versos).

Glossário 

Aurora: período antes do nascer do sol, princípio, origem.

Precursora: que vai adiante, que anuncia um sucesso ou a chegada de alguém, que precede.

Farol: coisa que alumia ou guia.

Divindade: qualidade de divino, natureza divina, Deus.

Constância: qualidade de constante, firmeza de ânimo, perseverança, ânimo.

Ímpia: que não tem piedade, que é desumana, cruel, impiedosa.

Façanhas: atos heroicos, proezas, coisas admiráveis, notáveis.

Aguerrido: afeito à guerra, corajoso, valente, destemido.

Virtude: disposição firme e constante para a prática do bem.


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