quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

O Grito

 

Pode ser muito mais do que um simples berro, por mais alto que seja. Também significa clamor, invocação. O grito de D. Pedro I proferido às margens do Ipiranga foi um marco na história do Brasil. O Barão de Pindamonhangaba, que lá estava, assim descreveu o momento em que ecoou o Grito da Independência: 

Vinha o príncipe na frente. Vendo-o

voltar-se para o nosso lado, saímos ao seu

encontro. Diante da guarda, que descrevia

um semicírculo, estacou o seu animal e, de

espada desembainhada, bradou: 

“Amigos! Estão, para sempre, quebrados

os laços que nos ligavam ao governo

português! E, quanto aos topes daquela

nação, convido-os a fazer assim”. E,

arrancando do chapéu que ali trazia a fita

azul e branca, a arrojou no chão, sendo

nisto acompanhado por toda a guarda que,

tirando dos braços o mesmo distintivo,

lhe deu igual destino. 

“E viva o Brasil livre e independente!”,

gritou D. Pedro. Ao que, desembainhando

também nossas espadas, respondemos:

“Viva o Brasil livre e independente!

Viva D. Pedro, seu defensor perpétuo!”

E bradou ainda o príncipe: 

“Será nossa divisa de ora em diante:

Independência ou morte!”.

Por nossa parte, e com o mais vivo entusiasmo,

repetimos: “Independência ou morte!”. 

Do livro:

“Eduardo Bueno Dicionário da Independência 200 anos

 em 200 verbetes”

Laços 

Depois do célebre grito de “Independência ou morte!”, D. Pedro ordenou à sua guarda “laços fora”, tirando do chapéu e jogando ao chão o tope português. Ao mesmo tempo, todos os presentes arrancaram e alguns cortaram em pedaços os laços azuis que tinham no braço esquerdo. O príncipe então anunciou: “Doravante traremos todos outros laços de fita verde e amarela, e essas serão as cores do Brasil”. Até hoje se usa a expressão “romper os laços” quando pessoas ou países rompem relações. 

Séquito 

Grupo que acompanha uma pessoa importante para honrá-la ou servi-la. Em 14 de agosto (1822), o séquito que partiu com D. Pedro I na viagem que culminaria na Proclamação da Independência era composto por sete homens: Luís de Saldanha da Gama, ministro e secretário de Estado, acompanhava o príncipe para expedir ordens e despachos; João de Castro Canto e Melo, pai de Domitila de Castro Canto e Melo, amigo pessoal de D. Pedro; Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, amigo e secretário de D. Pedro; os cavaleiros João de Carvalho Raposo e João Carlota, o padre Belchior e o tenente-coronel Joaquim Aranha

(Do livro citado acima)

2 comentários:

  1. Quando alguém tira um tempo do seu dia, para proporcionar conhecimento,entretenimento nos proporcionando um alento no momento difícil para todos,só nos resta agradecer ao ACB.
    Obrigado.
    Esperança e muita saúde para 2021

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E bem esse o propósito deste almanaque, fazer que, com pequenos textos, as pessoas reflitam e sejam felizes.

      Excluir