Todo mundo sabe o que quer dizer brasileiro, certo? Errado. Originalmente, a palavra “brasileiro” era usada apenas e tão somente para se referir às pessoas que trabalhavam com o tráfico de pau-brasil. E estava correto, pois o sufixo “eiro” indica um ofício, como sapateiro, ferreiro, bombeiro... Para citar ocupações da época, temos o pimenteiro (comerciante de pimenta), o baleeiro (caçador de baleias) e o negreiro (traficante de escravos). Por isso, “brasileiro” era depreciativo − na verdade quase uma ofensa. E era com essa intenção malévola que integrantes das Cortes Constituinte portuguesas chamavam D. Pedro de “O Brasileiro”. Se as regras gramaticais tivessem sido corretamente aplicadas, deveríamos nos chamar e sermos chamados de “brasilienses”, como, aliás, o somos em inglês (Brazilians) e em francês (Brésiliens).
(Do livro “Dicionário da Independência
− 200 anos em 200 verbetes”, de Eduardo Bueno)
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