Um
empresário da cidade ia dirigindo por uma estrada quando avistou um homem
simples do campo cuidando de umas vacas, numa pequena fazenda. O empresário
parou o carro e, dirigindo-se ao matuto, perguntou:
- Moço, estou
querendo entrar para o ramo da pecuária, importa-se de eu lhe fazer algumas
perguntas?
- Craro qui
não, dotô – disse o matuto.
- Suas vacas dão
muito leite?
- O sinhô tá
perguntano di qual, das malhadas ou das marrom?
- As malhadas –
disse o empresário.
- Ah, as
malhada sim, dão muito leite, quase três baldes por dia.
- E as marrons?
- As marrons
também, dão muito leite, quase três baldes por dia.
- E elas são
mansas? É fácil lidar com elas? – tornou a perguntar o empresário curioso.
- O sinhô tá
perguntano qual? As malhada ou as marrom?
- As marrons –
disse o empresário.
- Ah, as
marrom são mansinha, meus filhos até brincam com elas.
- E as malhadas?
– tornou o empresário.
- As malhada é
igual, tudo mansinha, até meus filhos brincam com elas.
- E estas cavas
comem capim, ou é alguma ração especial? – perguntou novamente o empresário, já
impaciente com o maneirismo do caboclo.
- A ração? A
ração é... mas o sinhô tá perguntano qual? As malhada ou as marrom?
- As malhadas.
- Ah, as
malhada comem só capim, eu solto por aí e nem me preocupo.
- E as marrons?
- As marrom
mesma coisa, solto elas no pasto e elas comem capim mesmo.
Impaciente, o empresário perguntou:
- Escute aqui,
amigo, por que toda a pergunta que lhe faço, o senhor me pergunta de volta se
eu estou falando das malhadas ou das marrons?
- É que as
marrom é minha, né dotô.
- E as malhadas?
– perguntou com ansiedade o empresário.
- As malhada
também é minha, dotô.
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