Giuseppe Pistone e Maria Fea
No dia 7 de outubro de 1928, no
pátio do armazém 13 do porto santista, a polícia abriu uma mala endereçada a
Ferrero Francesco, Bordeaux (França), que seria embarcada no navio Massilia.
Nela, havia o cadáver de uma jovem, de 1,66 metro de altura,
cabelos castanho-claros, cortados à la garçonne, em avançado estado de
putrefação. Feita a autópsia, verificou-se o aborto post mortem de um feto de
seis meses.
Giuseppe Pistone e Maria
Fea eram recém-casados. Imigrantes. Ele, 31 anos, admirador de Mussolini, havia
recebido uma herança, que acabou sendo gasta em viagens e passeios. Ela, uma
moça bonita e delicada, vivia para o marido, segundo seus parentes. Mas
Giuseppe era muito ciumento e a situação financeira do casal ia mal.
No dia 4 de
outubro, Pistone a sufocou com as mãos. “Louco de espanto e dor, porque não a
apertei (...) mais do que um só minuto, deitei minha Mariuccia sobre o leito,
cobrindo-a (...) de beijos (...). Passei toda a noite com sua loira cabecinha
entre meus braços”, confessou ele depois.
O crime repercutiu na imprensa de
todo o Brasil, ficando conhecido como “O
crime da mala”.
Devido à grande repercussão do caso
de 1928, o túmulo de Maria Mercedes Fea, no cemitério da Filosofia (Saboó),
passou a ser bastante frequentado pela população santista, que a venera como a
uma santa desde então, em virtude de seu trágico fim, e vários casos de cura
milagrosa já são atribuídos à intercessão de Maria Fea.
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