(1936-2020)
No
ano de cinquenta e quatro,
Quando
eu usava galocha,
Era
um guri muito arteiro,
Daqueles
virados no tocha;
Lia
a Revista “O Cruzeiro”,
Para
olhar as Cabrochas.
Neste
país varonil,
Foi
eleita Miss Brasil,
Maria Martha Hacker Rocha!
Depois foi para os “Esteites”
Concorrer
a Miss Universo.
Naquela
época já havia
Alguns
Jurados perversos;
Do
tipo aqui do Brasil,
Adeptos
à lei de Gerson,
Pois
por duas polegadas,
Ela
foi desclassificada,
Com resultado adverso!
Marta Rocha não se abalou,
Continuou
com a luz acesa.
Era
a mulher mais bonita,
O
Brasil tinha certeza,
Verdadeira
obra-prima,
Da
nossa Mãe Natureza.
O
mundo a idolatrou,
E
até hoje continuou
Referência de beleza!
Um dia a vida termina,
Infelizmente
é assim.
Para
Deus não interessa,
Se
somos bons ou ruins;
Se
a pessoa é preta ou branca,
Se
é pobre ou tem dim-dim,
Marta
Rocha, eterna princesa,
Hoje,
pra nossa tristeza,
Sua
vida chegou ao fim!
Hoje é um dia de luto,
Aqui
no plano terrestre,
Mostrando
que o ser humano,
Seja
Aprendiz, seja Mestre,
Teu
sucesso foi um exemplo,
Pra
cidade e pro agreste,
Mas
no céu hoje tem festa,
Rezar
muito é o que nos resta,
Com
estes versinhos do Prestes!
(Antônio Prestes)
Maria Martha Hacker Rocha (Salvador, BA, 19 de setembro de 1936 − Niterói, 4 de julho de 2020) foi uma rainha da beleza que foi eleita a primeira Miss Brasil em 1954.
Aos 18 anos, participou do Miss Bahia, vencendo o concurso. Em 26 de junho de 1954, foi eleita Miss Brasil, no Hotel Quitandinha, em Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Em julho de 1954, logo depois de chegar aos Estados Unidos, tornou-se a favorita nas casas de apostas para vencer o Miss Universo. No entanto, Martha ficou em 2º lugar, perdendo para a americana Miriam Stevenson.
De volta ao Brasil, tornou-se referência nacional de beleza e alcançou a fama.
A
história das duas polegadas foi uma invenção do jornalista João Martins, da
revista O Cruzeiro, do Rio de Janeiro, para consolar o
orgulho brasileiro. Tudo foi combinado com os demais jornalistas brasileiros
que estavam em Long Beach. A própria Martha autorizou a versão,
conforme consta em sua autobiografia. Segundo Martha, nem ela soube se essa
história das duas polegadas foi verdade mesmo. “Nos Estados Unidos, nunca
ninguém me tirou as medidas”, disse em sua biografia.
No livro “O império de papel – os bastidores de O Cruzeiro”, o jornalista Accioly
Netto, ex-diretor de “O Cruzeiro”, garante que as polegadas não passaram de
invenção do fotógrafo de revista, João Martins, inconformado com o resultado.
Martins criou a história e contou com a cumplicidade de outros jornalistas
presentes
Martha confirmou a lenda em “Martha Rocha – uma autobiografia”, lançada em 1999.
O episódio foi imortalizada numa marchinha de Carnaval composta por Pedro
Caetano, Alcyr Pires Vermelho e Carlos Renato e gravada pela própria Martha
Rocha em
Em
dezembro de 2015, o colunista Ancelmo Gois reviveu
na coluna Retratos da Vida, de O Globo, a história das duas polegadas, relembrando que em
1955 Pedro Caetano, Alcyr Pires Vermelho e Carlos Renato lançaram uma marchinha
de Carnaval onde se cantava: “Por duas polegadas a mais, passaram a baiana pra
trás/Por duas polegadas, e logo nos quadris/Tem dó, tem dó, seu juiz!”.
Por duas polegadas
1955
Por duas polegadas a mais,
passaram a baiana pra trás.
Por duas polegadas,
e logo nos quadris,
tem dó, tem dó, seu juiz! (bis)
Não ligue mais pra isso não.
Marta! Marta!
Ninguém tem o seu violão!
Morreu
em 4 de julho de 2020 após uma insuficiência respiratória seguida de um
infarto. Seu sepultamento foi realizado no dia seguinte, 5 de julho, no
Cemitério no Santíssimo Sacramento,
P.S. Há, na internet, uma gravação dessa música cantada pela própria Marta Rocha.
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