domingo, 20 de setembro de 2020

Como evitar que telas virem um problema

 

Na pandemia, mais tempo de uso de dispositivos pode provocar olhos secos, cefaleia e dificuldade de focar.

O coronavírus modificou a rotina de muitas pessoas ao exigir que atividades presenciais, como trabalho, aulas, reuniões, exercícios físicos e encontros com amigos e familiares, agora sejam virtuais. O resultado são muitas horas por dia em frente às telas de celulares, computadores, tablets e TVs.

Por isso, é preciso estar atento à saúde ocular, para evitar problemas decorrentes do uso prolongado de dispositivos digitais.

Roberto Fischer, médico oftalmologista da Rede de Saúde Divina Providência, afirma que essa superexposição pode causar sintomas como visão turva, olhos secos, dificuldade de focar para longe e para perto, cefaléia, dor nos olhos e até episódios de visão dupla.

Segundo o oftalmologista e professor da UFRGS Edson Procianoy, a maioria desses sintomas está relacionado ao esforço visual pela atividade de perto:

− Quando olhamos para longe, o músculo ciliar está relaxado, mas, quando olhamos algo de perto, o músculo tem que se contrair para que a imagem seja focada. Então mesmo que a pessoa não tenha nenhum problema de grau, quando ela fica fazendo esse esforço excessivamente, é como se o músculo fosse cansando.

Ao focar nas telas, também é comum que as pessoas pisquem com uma frequência bem menor do que o normal.

− Normalmente, piscamos de 15 a 20 vezes por minuto. Enquanto estamos em frente às telas, esse número pode cair para até cinco vezes por minuto, e isso causa o ressecamento ocular, pois a função básica do piscar é lubrificar os olhos, espalhando a lágrima − diz Roberto Fischer.

O uso dos dispositivos por um período prolongado também pode revelar algum problema de grau, como a hipermetropia, já que os sintomas serão mais intensos. E a atividade excessiva de perto tende a aumentar o grau da miopia.

                                                SETE DICAS:

1) Piscar com regularidade maior → Apesar de piscar ser uma ação involuntária, pode-se voluntariamente piscar mais vezes durante a utilização das telas para auxiliar na lubrificação dos olhos e, assim, evitar o ressecamento que embaralha a visão.

2) Utilizar colírios lubrificantes → Quem sente os olhos muito secos pode fazer uso de colírios lubrificantes, que imitam a lágrima. Os colírios apresentam poucos ou nenhum efeito adverso ou colateral.

3) Focar para longe após algum tempo em frente às telas → Durante a atividade em frente aos dispositivos, o ideal é fazer um pequeno intervalo a cada uma hora. Uma pausa de 20 segundos olhando para longe já é o suficiente para dar mais conforto e evitar o ressecamento.

4) Manter a altura adequada → Alguns estudos indicam que os olhos secam mais quando direcionados para cima. Por isso, é recomendado manter a tela na altura dos olhos ou levemente abaixo.

5) Respeitar a distância mínima → Quanto mais próxima a tela estiver dos olhos, maior será o esforço dos músculos intraoculares para realizar a focalização. Mantenha a distância razoável de 35 a 45 centímetros ao utilizar os aparelhos.

6) Utilizar uma iluminação apropriada e confortável → Um ambiente bem iluminado é fundamental para o trabalho em frente às telas. Mas cuide com o reflexo sobre a tela, que gera desconforto visual.

7) Corrigir erros de refração → Também é importante que, ao perceber os sintomas, a pessoa consulte um oftalmologista para verificar se existe algum grau para corrigir ou até mesmo outros problemas, como estrabismo latente, que causa dor de cabeça e desconforto.

Produção: Jhully Costa

         (Do caderno Vida, do jornal Zero Hora, setembro de 2020)


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