segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O Cemitério das Celebridades

 

(...) o Père Lachaise, em Paris é dos maiores e, seguramente, o mais famoso dos cemitérios do mundo. Remonta ao século 12. Todo ele é, simultaneamente, um monumento e um jardim. É ainda o mais requintado exemplo de arte tumular jamais conhecido, com a assinatura de gênios como Gustave Doré, e absolutamente ecumênico. Há também ali algo de terrível: o muro contra o qual foram abatidos 147 fédérés, os derradeiros que resistiram em defesa da Comuna, mais os memoriais em homenagens aos judeus chacinados na Europa entre 1939 e 1945 e às vítimas de vários outros conflitos.

Muitos o visitam simplesmente para happenings na tumba de Jim Morrinson, o vocalista de The Doors, (foto abaixo) não raro atraindo a atenção da polícia, (...)

Pois lá repousam (além do próprio Père Lachaise, um padre que pagou todos os seus pecados ouvindo as confissões de Luís XIV), gentes como Edith Piaf, Chopin, Balzac, Sarah Bernhardt, Bizet, Colette, Max Ernst, Éluard, Cyrano de Bergerac, Jeanne Hébuderne, Michelet, Camus, Marceau, Jacques-Louis David, Auguste Comte, Maria Schneider, Jane Avril, La Fontaine, Gilbert Bécaud, Allan Kardec, Molière, Yves Montand, Simonne Singnoret, Annie Girardot, Murat, Januária de Bragança, Maria Isabel da Áustria, Apollinaire, Chabrol, Maria Callas, Haussmann, Modigliani, Musset, Gerard de Nérval, Marcel Proust, Thorez, Pissaro, Seurat, Gertrud Stein, Rossini, Oscar Wilde e outros astros da literatura, da pintura, da ópera, do teatro, do cinema, da música, da nobreza e do que mais você imaginar. Um dos musts é a morada de Abelardo e Heloísa. Outro, por motivos um tanto diversos, é o jazigo de Victor Noir, cuja calça, (foto abaixo) em bronze, revela a ereção que ele teve post-mortem e que atrai até hoje mulheres que o beijam na boca e o homenageiam com flores e desejos.

(Parte da crônica “A escolha de Sophie”,

de Liberato Vieira da Cunha”, escritor, em Zero Hora

setembro de 2020)

P.S. Há, ainda, os túmulos de Eugène Delacroix, Benjamin Constant, Georges Rodenbach, Théodore Géricault, Corot.


Nenhum comentário:

Postar um comentário