quinta-feira, 10 de setembro de 2020

O Decreto e o Grito

 Sangue verde-amarelo

Uma arquiduquesa austríaca, Leopoldina de Habsburg, percebeu que se o Brasil voltasse a ser colônia, iria se fragmentar. Ela decidiu o “Fico” bem antes do marido, o príncipe regente Pedro. Cunhada de Napoleão, sobrinha-neta de Maria Antonieta, a filha do imperador da Áustria, quando feita regente pelo marido que viajara a São Paulo, ao receber ordens de Lisboa para Pedro voltar, foi ao Conselho de Estado com José Bonifácio e decretou a separação do Brasil de Portugal na manhã de 2 de setembro (de 1822). O Príncipe, dias depois, ao receber, à margem do Ipiranga, a comunicação da Regente, desembainhou a espada e se desfez das cores de Portugal.

O Brasil independente completou 198 anos. No continente latino-americano, foi a única colônia a se manter intacta, à exceção da perda, sete anos depois da Independência, da província Cisplatina, que virou Uruguai. A união foi mantida a despeito de movimentos de secessão armados, como em Pernambuco, Piauí, Maranhão e Pará. E a Independência só foi garantida depois de 10 meses de enfrentamento para expulsar os portugueses na Bahia (2 de julho de 1823)*. A secessão da República Rio-grandense durou 10 anos, pacificada por Caxias. Custou vidas, mas foi construído um país-continente.

(...)

(Da coluna de Alexandre Garcia, no Correio do Povo, setembro de 2020)

* A separação de Portugal foi um processo histórico doloroso, marcado por revoltas e por uma guerra só encerrada no dia 2 de julho de 1823, quando foram expulsas do país as tropas portuguesas que haviam se aglutinado em Salvador para resistir às pretensões separatistas da Colônia.


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