01. Quando as fichas acabavam no meio da ligação feita do orelhão.
03. Você datilografava errado a última palavra da página, e não tinha fita corretiva de máquina de escrever pra consertar.
05. O locutor falava as horas ou soltava uma vinheta bem no meio da música que você tinha passado horas esperando pra gravar na fita K7, e depois o toca-fitas mastigava a fita K7.
06. O locutor não falava o nome da música quando ela terminava.
07. E você ficava anos sem saber quem cantava ou como chamava aquela música que você tinha amado.
08. Alguém fumava dentro do ônibus.
09. Você tinha que pagar multa por devolver a fita de vídeo VHS pra locadora sem rebobinar.
10. O Ki-suco vazava da garrafinha da sua lancheira, e molhava as bisnaguinhas com patê.
11. Você tirava as letras das músicas em inglês tudo errado, e depois descobria, no folheto da Fisk, que estava tudo errado mesmo, mas já era tarde, pois você já tinha decorado errado (e canta errado até hoje).
12. Você arranhava com todo cuidado, mas quando levantava o papel via que o bichinho do decalque do Ploc tinha saído sem uma perninha.
14. A Kombi que trocava garrafas velhas por picolés e pintinhos passava na sua rua um dia depois da sua mãe jogar tudo fora.
15. Você descobria que todas as 36 fotos do seu aniversário tinham ficado desfocadas, e algumas tinham queimado, porque o rebobinador da câmera tava meio enguiçado.
16. Quando sobrava só o lápis branco da caixa de 36 cores.
17. Você pensava que ia morrer porque engoliu uma bala Soft.
18. Chegar à padaria e lembrar que você tinha esquecido o casco do refrigerante.
19. Você descobria que todas as 36 fotos do seu aniversário tinham ficado desfocadas. E algumas tinham queimado, porque o rebobinador da câmera tava meio enguiçado.
20. Alguém responder “VOCÊ” à pergunta “Quem você deixaria numa ilha deserta?” no seu caderno de enquete.
Nossa vida era assim. E nem faz tanto tempo assim (20 ou 30 anos), mas nossos filhos nem têm ideia do que significa tudo isso.
Minha perspectiva de vida
Ainda
que eu fosse o mais otimista dos otimistas, quando se completa 75 anos já se
viveu três quartos de sua vida. Vou para o meu último quarto, não há volta.
Então, tenho que aproveitá-lo da melhor forma possível. O olhar à natureza, os
lugares que ainda conhecerei, os filmes que assistirei, as músicas que ouvirei,
o encontro com amigos, parentes, o abraço, o carinho, tudo tem que ser
aproveitado da melhor maneira possível. Mas não gostaria de ganhar um presente
só para mim, quero a vacina para toda a humanidade, aí, sim, eu teria recebido
o maior presente da minha vida!
(Nilo da Silva Moraes)
E no fim,
não são os anos em sua vida que importam.
É a vida em seus anos.”
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