Um velhinho, num dia de chuva,
embarca num ônibus e verifica que os lugares dos idosos estão todos ocupados,
como sempre, por jovens mal-educados.
O cobrador, de mal com a vida, pede
de forma ríspida, que os passageiros se dirijam ao fundo do ônibus. Alguns
obedecem, mas o idoso, distraído, permanece em se lugar. Então, o cobrador faz o
seguinte comentário em voz alta:
- Porra, tem sempre um
corno que se faz de surdo!
O velhinho escuta e se dirige ao
autor da frase:
- Por acaso, o senhor me
chamou de corno?
E o autor, relutante:
- Bem... não foi bem isso
que eu quis dizer...
Os outros passageiros, botando mais
lenha na fogueira:
- Falou sim! Não tem
educação! Não respeita os mais velhos! Tudo é culpa do governo! E o presidente que não
faz nada!
E por aí vai...
O velhinho, com toda fleuma possível,
fala aos passageiros:
- Calma, gente, o jovem
aqui não está de todo errado. Se vocês me derem licença, conto, rapidamente, um
episódio da minha vida.
E os passageiros:
- Pode contar sim. Não
estou fazendo nada mesmo. Só tô coçando o saco... Vai lá, conta aí, vovô...
E o velhinho, olhando para o cobrador
e para os passageiros, começa a sua narrativa:
- Foi em 1944... Eu era
militar, casado e já tinha um filho recém-nascido. Fui convocado para a guerra
e, quando retornei ao Brasil, minha mulher vai me esperar com filho pequeno
pela mão e um na barriga. Entendei logo que fui passado pra trás, que o segundo filho não era meu. Tudo bem, fiz
de conta que não aconteceu nada e seguimos nossa vida.
Quando “o meu filho” fez 18 anos, ele
me disse o seguinte: “Papai, já terminei o segundo grau, sou muito estudioso e
quero cursar Medicina”. Eu disse o seguinte a ele: “Tudo bem, meu filho, se é
isso que você quer, vá em frente”.
Quando “o outro” fez 18 anos, ele me
disse o seguinte: “Papai, já terminei o segundo grau, sou um pouco estudioso,
quero cursar Pedagogia”. Eu disse o seguinte a ele: “Não, você é filho da puta, você vai ser é cobrador
de ônibus!”
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