domingo, 25 de maio de 2014

Coisas Antigas de Porto Alegre

Foz do Riacho


Região da foz do Dilúvio em 1870

Ilustração feita por João Faria Viana, em 1967, reconstruindo a região da foz do Riacho (atual Arroio Dilúvio) em 1870. No primeiro plano, à esquerda, indo em direção ao rio, está a Rua do Arvoredo esquina Rua do Cemitério (atuais Rua Fernando Machado e Rua Espírito Santo). A ponte de pedra sobre o Riacho (no meio da foto à esquerda) servia para dar acesso ao Arraial da Baronesa, situado logo depois da ponte, e à região sul. A foz possuía bancos de areia e juncais. No plano de fundo, encontra-se a Igreja que existia no final da Rua 13 de Maio (atual Avenida Getúlio Vargas) no Bairro Menino Deus. A enseada da Praia de Belas, que possuía muitos jacarés, foi aterrada na década de 60.

Beco do Leite


A Rua dos Andradas, vendo-se assinalada a boca da Travessa Angustura (Beco do Leite)

Pintura à bico de pena de vista da rua da Praia, no trecho entre a rua Uruguai e a praça da Alfândega. Curiosa a visão da travessa Angustura, também chamada Beco do Leite, que saía na rua Nova, a atual Andrade Neves. A travessa se localizava onde hoje vemos o prédio do Centro Cultural CEEE.


Rua Andrade Neves quase esquina da Rua General Câmara,
depois da 9ª porta, da direita para a esquerda,
começava (ou terminava) o Beco do Leite.

Edifício Malakoff


Prédio Malakoff. Aproximadamente 1900. Construído em 1856, o Malakoff foi o primeiro grande sobrado da cidade, sito na Praça 15 de Novembro, onde hoje se localiza o Edifício Delapieve. A calma do público presente e das pessoas que se acham nas janelas superiores do prédio faz supor um exercício simulado e não um autêntico incêndio.

(Do livro “Porto Alegre – Guia Histórico”, de Sérgio da Costa Franco)

Rua da Ladeira


Populares posam para o fotógrafo em uma belíssima cena urbana tendo
ao fundo a descida da antiga rua da Ladeira.

O Riacho


Foto de 1940: o Riacho visto da ponte que ligava a Rua da República com o Areal da Baronesa. As casas focadas tinham frente para a Rua João Alfredo (Rua da Margem). Muitas sobreviveram no mesmo local.

Lomba do Cemitério


A Lomba do Cemitério, no início da Avenida Professor Oscar Pereira. Vê-se ao fundo o muro da necrópole da Santa Casa de Misericórdia, e, no primeiro plano, os trilhos da linha de bonde “Cemitério”, em seu terminal, antes da existência da tração elétrica, ou seja, antes de 1908.

 Praça XV


               A Rua Clara (hoje João Manoel) era escura e a Direita (General Canabarro), torta. E havia a Rua do Arco da velha (General Vitorino).

A Rua do Arroio (General Bento Martins) tinha outros nomes: no trecho entre a Rua do Arvoredo (Fernando Machado) e a Rua da Igreja (Duque de Caxias) era chamada de “Rua dos Nabos a Doze”, pois por vintém assim ali se vendia; entre a Rua da Igreja e a Rua da Ponte (Riachuelo) conheciam-na como a “Rua do Jogo da Bola”, isto é, Rua da Bocha; e, entre a Rua da Ponte e a Rua da Praia, de “Rua dos Sete Pecados Mortais” (ou “Sete Pecados Capitais”), porque alguém ali construíra sete casas muito feias, alugando-as depois para prostitutas.

O nome popular do Alto da Bronze (Praça General Osório) originou-se do apelido de uma chinoca carismática chamada Felizarda, consta que são-borjense, que ali viveu na primeira metade do século XIX. Devido à cor de sua pele, foi apelidada de não-sei-o-quê de Bronze. Os cronistas da época não quiseram precisar qual era a parte do corpo, “em nome da decência”.

A Bronze vivia falando pelos cotovelos da janela de sua casinha e era respeitada e temida na cidade por seus “despachos” e “mandingas”. Liderava soberana a pequena comunidade marginal existente no local. Amada e odiada sem meios-termos, conta-se que, quando a polícia queria acertar contas com algum morador das redondezas, tratava direto com ela, que em geral providenciava em apresentá-lo, desde que obedecidas as garantias e condições que a mulher impunha para fazê-lo.

Um dia, a Bronze desapareceu sem deixar vestígio. Anos depois, foi vista num subúrbio do Rio de Janeiro, onde reproduzira o mesmo ambiente que criara em Porto Alegre.

Sucessivos nomes teve a pracinha. No entanto, ninguém jamais a tratou ou conheceu por designação diferente: Alto da Bronze é também o título de famoso samba-canção do grande pianista e gozador Paulo Coelho, que dá nome a uma praça quase defronte ao Estádio Olímpico, na subida para o Cemitério João XXIII. Mas aí já é outra história...

(“Um Livro de Histórias”, de Renato Maciel de Sá Junior)

Casa de Correção
 

A Casa de Correção, que existiu nas proximidades do Gasômetro, em Porto Alegre, foi construída entre 1852 e 1855 para substituir a Cadeia Velha, localizada onde hoje é a Rua Vigário José Inácio, entre as ruas Doutor Flores e Misericórdia, atual Annes Dias. Ali o velho presídio funcionou até 1841. No interregno entre o fechamento de uma e a construção da outra, os presos ficaram "guardados" nos xadrezes do quartel do 11° Batalhão.

Fonte: Porto Alegre - Guia Histórico, de Sérgio da Costa Franco

Incêndio e Demolição

Na noite do dia 28 de novembro de 1954, por volta das 19h os presos atearam fogo no edifício principal da Casa de Correção. Apesar de sua estrutura extremamente forte, o fogo danificou praticamente todo o telhado e toda a estrutura interna dos andares superiores e parte do inferior. Após o sinistro, o presídio funcionou de forma precária até 1961 quando os últimos presos foram transferidos para outros presídios inclusive para o atual Presídio Central de Porto Alegre que já se encontrava concluído. No dia 26 de abril de 1962 o então governador Leonel de Moura Brizola acionou pessoalmente a chave de detonação de dinamite que iniciou a demolição. Apesar da explosão e do ruído, as paredes ficaram de pé e pouco se notava externamente. Somente no dia 11 de maio de 1967 a última parede da velha cadeia foi posta abaixo colocando fim a uma existência de 112 anos. Curiosamente, o engenheiro responsável pela demolição foi José Antonio Dib que anos depois viria a ser vereador por várias legislaturas e prefeito da cidade.

4 comentários:

  1. Belíssimo trabalho de recuperação histórica.
    Parabéns .
    Mário - Menino Deus

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  2. A Casa de Correção não funcionou até 1941?

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  3. Ele foi destruída por um incêndio em 22.11.1954 e funcionou precariamente até 1961.

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  4. Filme colorido de 1946 sobre Porto Alegre surge na internet! meucantonomundo.com/filme-colorido-de-1946-sobre-porto-alegre-surge-na-internet/

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