Por: Ricardo Chaves
O primeiro
registro da comemoração se encontra no calendário romano Filocaliano, no ano de
354 d.C
No Império Romano, o culto ao deus
solar Mitra disputava, no século 2, adeptos com o cristianismo. Ambos tinham em
comum a defesa e a preocupação com os oprimidos. No dia 25 de dezembro – data
máxima de reverenciar o Sol Invicto, ocorriam festas, cantos e oferendas.
Estudiosos afirmam que a Igreja, incapaz de banir o culto de Mitra, já arraigado
entre a população, apropriou-se do aniversário do deus pagão, associando este
ao nascimento de Jesus Cristo. A data de 25 de dezembro também nos remete ao
término das Saturnálias, quando, durante sete dias, ocorria, em Roma, um
festival pagão, cuja finalidade era celebrar o solstício de inverno, em honra a
Saturno, que, além de reger o tempo, também era um deus ligado à agricultura.
Na realidade, o Natal cristão, durante os três primeiros séculos após a morte
de Jesus, não tinha uma data oficial de celebração.
A primeira referência se encontra no
calendário romano Filocaliano no ano de 354 d.C., no qual há registro de que
havia comemoração, em Roma, desde o ano de 336 d.C. À medida que o cristianismo
avançava, em direção ao norte da Europa, o Natal foi incorporando tradições
pagãs presentes no solstício do inverno, a exemplo do uso simbólico da neve
como característica do período natalino. Já a lenda de Papai Noel tem sua
origem na Ásia Menor, no século 3, onde viveu o bispo São Nicolau.
Nascido na cidade portuária de
Patara, ele tinha por hábito presentear as crianças e ajudar os pobres. Por
outro lado, a imagem que se universalizou do bom velhinho foi criada em 1886,
por Thomas Nast (1840-1902). No ano de 1931, uma campanha publicitária de
Natal, liderada pela Coca-Cola, fez um enorme sucesso, divulgando Santa Claus
(Papai Noel) com o figurino criado por Nast.
Thomas Nast criou, em
1886, a
atual imagem do Papai Noel.
As igrejas cristãs celebram o Natal
no dia 25 de dezembro, porém há uma exceção: a Igreja da Armênia. Esta comemora
a festa do Natal no dia 6 de janeiro, pois seus seguidores acreditam que Cristo
teria sido batizado nessa data. Entre tantos acontecimentos ligados à história
do Natal, um em especial, devido ao seu caráter inusitado, merece registro: há
102 anos, em 1914, durante a I Guerra Mundial (1914-1918), o espírito natalino
de paz superou o bélico. Desafiando as vozes de comando de ambos os exércitos,
naquele 24 de dezembro, soldados alemães e ingleses realizaram uma trégua, com
direito a troca de presentes e até uma partida de futebol, na região de Ypres, na
Bélgica.
Trégua na I Guerra
Mundial,
com uma partida de
futebol entre soldados alemães e ingleses, em 1914
Colaboração de Carlos
Roberto Saraiva da Costa Leite,
pesquisador e
coordenador do setor de Imprensa / Musecom.
(Do Almanaque Gaúcho
de Zero Hora)
Papai Noel de Thoma
Nast
A origem do Papai Noel
Durante a desintegração do Império
Romano, notamos que muitas das populações bárbaras que chegam até a Europa
trouxeram consigo uma série de tradições que definiam a sua própria identidade
religiosa. Nesse mesmo período, a expansão do cristianismo foi marcada por uma
série de adaptações em que as divindades, festas e mitos das religiões pagãs
foram incorporados ao universo cristão.
Entre outros exemplos, podemos falar
sobre a figura do Papai Noel, que para os cristãos de hoje representa o
altruísmo, a bondade e alegria que permeia a celebração no nascimento de Cristo.
Contudo, poucos sabem de onde essa figura barbuda e rechonchuda surgiu. É
justamente aí que as tradições religiosas pagãs nos indicam a origem do famoso
e celebrado “bom velhinho”.
No tempo em que os bárbaros tomavam
conta do Velho Mundo, existia uma série de celebrações que tentavam amenizar as
rigorosas temperaturas e a falta de comida que tomavam a Europa nos fins de
dezembro. Foi nessa situação em que apareceu a lenda do “Velho Inverno”, um
senhor que batia na casa das pessoas pedindo por comida e bebida. Segundo o
mito, quem o atendesse com generosidade desfrutaria de um inverno mais ameno.
A associação entre o Velho Inverno e
São Nicolau apareceu muitas décadas depois. De acordo com os relatos
históricos, São Nicolau foi um monge turco que viveu durante o século IV. Conta
a tradição cristã que este clérigo teria ajudado a uma jovem a não ser vendida
pelo pai, jogando um saco cheio de moedas de ouro que poderiam pagar o dote de
casamento da garota. Somente cinco séculos mais tarde, São Nicolau foi
reconhecido pela Igreja como um santo.
A partir desse momento, o dia 6
dezembro passou a ser celebrado como o dia de São Nicolau. Nesta data, as
crianças aguardavam ansiosamente pelos presentes distribuídos por um homem velho
que usava os trajes de um bispo. Foi a partir de então que a ideia do “bom
velhinho” começava a dar os seus primeiros passos. Do “velho filão”, conhecido
nos últimos séculos da Antiguidade, passava-se a reconhecer a figura de um
homem generoso.
Nos fins do século XIX, o desenhista alemão
Thomas Nast teve a ideia de incorporar novos elementos à imagem do bom
velhinho. Para tanto, publicou na revista norte-americana “Harper’s Weekly” o
desenho de um Papai Noel que, para os dias atuais, mais se assemelhava a um
gnomo da floresta. Com o passar dos outros natais, ele foi melhorando seu
projeto original até que o velhinho ganhou uma barriga protuberante, boa
estatura e abundante barba branca.
Apesar das grandes contribuições
oriundas do experimentalismo de Nast, temos ainda que desvendar a origem da sua
roupa avermelhada. De fato, vários desenhos já haviam retratado o Papai Noel
com trajes das mais variadas formas e cores. Contudo, foi em 1931 que Haddon
Sundblom, contratado pela empresa de refrigerantes “Coca-Cola”, bolou o padrão
rubro das vestimentas do bom velhinho. Com passar do tempo, a popularização das
campanhas publicitárias da marca acabaram instituído o padrão.
(Do Blog História do
Mundo)
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