quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Primeiros encontros: 2

Charles Stewart Rolls e Henry Royce


Charles Rolls e Henry Royce


Os primeiros Rolls Royce

Em 1899, o ilustre Charles Stewart Rolls, 22 anos, foi advertido pela polícia de Londres por estar “dirigindo furiosamente” e por ter impedido um homem com uma bandeira vermelha de andar à frente de seu carro para alertar os pedestres, como a lei exigia. O ano de 1900, no entanto, anunciou uma nova era. O limite de velocidade foi aumentado de 6/5 para 19 km por hora, e o bandeirinha foi retirado dos estatutos. Quando o duque e a duquesa de York (depois George V e a rainha Maria) chegaram à casa de lorde Llangattock, em Sussex, foi o filho dele, o jovem Rolls, quem os levou de carro para uma volta em seu novo reluzente Panhard.

Não se menciona nos relatos daquele dia a maneira como os passageiros reais foram sacudidos pela vibração do motor e ensurdecidos pelo barulho do escapamento. As imperfeições do Panhard eram uma fonte de angústia constante para Rolls, e logo depois, quando ele estabeleceu uma aristocrática revenda de automóveis no West End de Londres, lamentou que os carros que vendia fossem, ainda que os melhores disponíveis, desconfortáveis, não confiáveis e ingleses. Carros ingleses eram abomináveis.

Exceto, talvez, por um que estava sendo construído no norte. Lá, um certo Frederick Henry Royce projetara sair da abjeta pobreza para a bem-sucedida fabricação de dínamos e guindastes elétricos. Ele era também o proprietário de um ineficiente Decauville, e prometera a si mesmo construir um carro que funcionasse. Tinha em mente um modelo de dez cavalos-vapor e dois cilindros, para o qual continuava a projetar melhorias. Rolls soube disso; poderia Royce ir a Londres falar com ele? Perdão, Royce estava ocupado, mas ficaria feliz se pudesse encontrar Rolls em Manchester.

A aristocracia natural dos gênios falou mais alto: Rolls tomou o trem para o norte. Eles se encontraram no saguão do hotel Midland, no início de maio de 1904. A dicção proletária bateu de frente com a inflexão de Cambridge, mas eles falavam a mesma língua; além disso, gostaram um do outro. Depois do almoço, decidiram dar uma volta. O novo carro avançou suave, silencioso; nada fez barulho, nada quebrou. Era o melhor carro do mundo. Logo, logo o mundo saberia disso.

(Do livro “Primeiros encontros”, 
de Nancy Caldwell Sorel e Edward Sorel)


Charles Rolls e Henry Royce


Rolls Royce, modelo clássico



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