quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Em busca da elegância perdida

Xico Gonçalves


O inverno sempre foi a estação certa para se aventurar em um visual com mais elegância. Peças para o frio aguentam mais tempo no uso, pois são criadas com materiais mais resistentes aos ataques do tempo e da moda.

Mas se nem os diamantes são eternos, muito menos a moda de inverno. As roupas para o frio também se rendem às armadilhas das novas tendências. Porém, como são heróis duradouros, acabam sendo difíceis de eliminar, transformando o guarda-roupa em um território minado de itens sem aliados.

Se o arsenal de inverno anda virando inimigo na hora de vestir, e a munição para novas peças está pouca, não se entregue e aposte no sobretudo.

Seja qual for o formato ou a época, os sobretudos têm se mostrado abrigos bons de briga. Criados para proteger os soldados na Segunda Guerra Mundial, eles têm vestido vitoriosos, de “Casablanca” a “Matrix”.

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Os sobretudos dão cobertura para as calças, saias de qualquer comprimento e estão treinados para aquecer as roupas do dia e os decotes à noite.

Com este guarda-costas é possível vestir roupas leves que se adaptam a qualquer temperatura. O mantô correto pode recuperar a elegância perdida na produção invernal. Mas por ser a melhor arma para atacar os dias mais frios, a escolha do modelo ideal exige boa pontaria.

Escolhendo o melhor aliado


● Sobretudo são companheiro de muitos invernos. Quanto melhor o tecido, o corte e o acabamento, maior será a durabilidade. Tanto os longos quanto os comprimentos 7/8 estão na moda, enquanto os mais curtos favorecem as baixinhas; bainhas mais longas “emagrecem” visualmente quem está fora do peso.

● Um único casaco pode vestir jeans e roupas sociais. Analise qual a família de cores básicas do guarda-roupa. Para alguns o preto pode ser a melhor cor. Já para quem aprecia os beges e castanhos na roupa, a melhor opção são os tons de cinza, camelo ou marrom-escuro. Escuro no mantô.

● Quem tem quadris largos deve ficar longe dos modelos transpassados ou amarrados na cintura.

● Para as baixinhas, feitios simples, com um mínimo de detalhes e mangas na cava.


● Quem tem muito busto ou pescoço curto deve preferir modelos com decote mais abertos, evitando golas grandes.

● Regra geral: evite sobretudos cheios de detalhes como botões, cortes elaborados, panos soltos, bolsos e botões desnecessários, lapelas ou cores complicadas de combinar. Como ocupam muito espaço no armário, devem ter formato coringa para todas as horas, ocasiões e feitios de roupa.

● A abertura da frente, o talho ou prega traseira devem sempre cair retos.

● Pense no que vai usar por baixo. Se for um paletó, prove junto para garantir o conforto dos movimentos. Se pretende usá-lo somente em cima de peças leves, escolha modelagens mais próximas do corpo.

● Quanto aos comprimentos, nos padrões clássicos a bainha do mantô deve ultrapassar dois centímetros o comprimento da saia. Novas correntes de moda recomendam dez centímetros de saias à mostra. As calças podem ser usadas com qualquer comprimento de sobretudo.


(Da revista Estilo (Zaffari) nº 8)


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