→ Eu adoro meus filhos. Você deve
adorar os seus. Mas nem por isso a gente deve abrir a carteira e mostrar aquela
foto pequenininha, em que todas as crianças são absolutamente iguais. E foto de
bebês? Não vamos obrigar o nosso próximo a dizer que gracinha, ok?
(...)
→ Ensine seus filhos a cuidarem
da bagunça que fazem. O copo de Coca-Cola? De volta para a cozinha. A
revistinha que acabou de ler? Para o quarto. Os milhares de papeizinhos de Bis?
Amassar e jogar no cinzeiro. A lista não teria fim, porque a imaginação de uma
criança para instalar o caos onde quer que esteja é também infinita.
Alguns mandamentos:
● não sair para se servir
correndo na frente dos outros. O ideal, aliás, seria que as crianças, até uma certa
idade, fizessem as refeições antes dos adultos, com as mães ao lado,
patrulhando as boas maneiras;
● não deixar cair um grão de
arroz sequer na mesa;
● não encher demais o prato. A
fome do mundo, etc... Se encher, que coma tudo;
● usar sempre o guardanapo;
● a partir dos cinco anos, não
cortar a carne toda de uma vez. Cinco? Talvez eu tenha exagerado. Sete;
● não misturar carne com peixe, macarrão com farofa, etc.
Isso é cultura;
● pedir licença para se levantar
quando a refeição terminar (pode alegar que precisa estudar). Para evitar
aquela tortura de ficar na mesa até a hora do café, um suplício;
● não bater a porta do quarto com
estrondo, nem quando brigar com o irmão;
● só gritar se for por mordida de
cobra;
● ficar mudo, estático, dentro do
elevador;
● não chamar a amiga da mãe de
tia. Aliás, não chamar ninguém de tia, a não ser as tias de verdade. E, só para
deixar bem claro, tia Rosinha, tia Helena, nunca tia só. Todos os flanelinhas
chamam a gente de tia − quero matar;
● sentar à mesa devidamente penteado,
mãos limpas.
(Do livro “Na sala
com Danuza”, de Danuza Leão)
Nenhum comentário:
Postar um comentário