segunda-feira, 11 de março de 2019

Os primeiros ídolos e craques do Internacional

Por Eduardo Cardozo
(matéria publicada na edição Nº 80 da Revista do Inter)
*Colaborou Leandro Fonseca, pesquisador do Museu do Inter.


Carlos Kluwe, ajoelhado no meio da foto.

→ Em 1912, o Inter ganhou seu primeiro campo exclusivo de jogo. Era a Chácara dos Eucaliptos, alugada, onde o Clube permaneceu até a década de 1930. Quando chovia, a Chácara alagava e os jogadores eram obrigados a treinar na Várzea, atual Parque da Redenção. Já em 1913, quatro anos depois de fundado, o Inter ganhava seu primeiro campeonato, o Metropolitano, o qual foi seguido de mais quatro, tornando-se pentacampeão. Nesta primeira fase do Colorado, alguns ídolos marcaram seus nomes na história do Clube. Vamos recordar tais personagens a seguir.

O mais antigo ídolo do Inter


Carlos Antônio Kluwe (foto acima) foi o primeiro ídolo do Inter. Nascido em Bagé, veio para Porto Alegre para estudar medicina. Ingressou no Colorado em 1909, era capitão e atuava como centromédio. Destacava-se por ser habilidoso, ter chute forte e grande estatura (1,90m de altura). Jogou até 1915, ano em que se formou em medicina.

Gre-Nal: primeira vitória no clássico veio com goleada

→ Seis anos após a fundação, o Internacional goleava o seu principal adversário. Em 1915, Inter 4 x 1 Grêmio: era a primeira vitória colorada em Gre-Nais. O time que ganhou o primeiro clássico para os colorados tinha a seguinte formação: Baes, Simão e Dorneles; Bitu, Kluwe e Lucidio; Túlio, Osvaldo, Bendionda, Muller e Vares.

→ Em 1919, por falta de jogadores para a partida, Kluwe foi convidado, através de um abaixo assinado, para jogar contra o Grêmio. Depois de convencido, ele participou do embate marcando um dos gols na vitória do Inter pelo placar de 2 a 0. Muitos consideram que Kluwe moldou a vida do Internacional, impondo sua forte personalidade, tornando-se o principal responsável pelas vitórias alcançadas. Kluwe foi essencial nos primeiros anos do Clube. Tornou-se líder e principal jogador colorado na década de 1910.

Barros: O capitão do primeiro título gaúcho


Hélio Di Primio Beck recebeu o apelido de Barros para que sua mãe não desconfiasse que ele jogava futebol. Campeão estadual pelo Internacional em 1927, ele também defendeu a seleção gaúcha. Nasceu em Santa Maria e começou a praticar futebol no Colégio Marista daquela cidade. Em 1923, foi estudar na Faculdade de Economia, em Porto Alegre. Ingressou no Internacional no mesmo ano, atuando como ponteiro-esquerdo.

1927: a conquista do primeiro título estadual

→ Multicampeão metropolitano, faltava ao Internacional o reconhecimento estadual. E isto aconteceu no ano de 1927. A final foi disputada no dia 7 de setembro, feriado nacional, contra o Grêmio Bagé. Na época, o campeonato era sempre decidido pelo campeão da chave da Capital contra o vencedor da chave do Interior. A partida foi realizada no bairro Moinhos de Vento, no antigo estádio do rival, em jogos com dois tempos de 40 minutos.

→ Sem o zagueiro Gilberto, lesionado, o time tinha como principal destaque o capitão Barros, então um dos ídolos da crescente nação colorada. A partida foi bastante equilibrada, com o Inter saindo na frente no último minuto do tempo inicial com um gol do próprio Barros.

→ Logo no início do segundo tempo, um pênalti para o Inter que o craque colorado Ribeiro se encarregou de bater. Porém, para desespero dos torcedores e do próprio Ribeiro, a cobrança foi para fora. E para piorar, na saída de bola, o Bagé empatou também em uma cobrança de penalidade, através de Pasqualito.

→ Mas já mostrando a raça que seria símbolo do Clube ao longo das décadas, o Colorado foi para cima e obteve a vitória. Primeiro com Nenê e depois com Barros, que marcou seu segundo na partida e decretou a vitória por 3 a 1. Assim, o Internacional obtinha seu primeiro título gaúcho da história, cabendo ao próprio Barros a honra de levantar o primeiro troféu estadual.


Vares

→ O ex-jogador colorado tem a incrível e histórica marca de seis gols em um só Gre-Nal. Francisco Vares, também conhecido como Chico Vares, foi um dos maiores artilheiros do Internacional das primeiras décadas.

→ O dia 30 de julho de 1916 registrou um recorde no clássico. Vares fez os seis gols na vitória de 6 a 1 sobre o Grêmio. A partida foi disputada na chamada Chácara dos Eucaliptos, no bairro Azenha. Foi o primeiro jogo com arquibancadas e vestiários adequados para os times.

Bendionda

Belarmino Carlos Leal D’Avila, ou Bendionda, nasceu em Sant′Ana do Livramento. Era alto e atuava como centroavante. Destacava-se por ter um chute forte e preciso. Começou a jogar futebol no 14 de Julho de Livramento. Em 1913 foi estudar em Porto Alegre, onde ingressou no time do Internacional.

→ Jogou no Clube até 1916, quando retornou à sua terra natal para ocupar o cargo de diretor de uma empresa do ramo de elétrica. A principal partida de sua carreira foi contra o Fuss-ball em 26 de setembro de 1915, quando fez sete gols na vitória do Inter por 10 a 2.

Lampinha

Abílio Melo nasceu em Rivera, no Uruguai. Foi um dos líderes do Internacional nos anos 20 e vida do Clube. Atuava como centromédio e jogava com muita bravura e devoção às cores que defendia. Veio para o Internacional em 1925 e no mesmo ano defendeu a seleção gaúcha. Estava no time do primeiro campeonato estadual conquistado pelo Clube, em 1927. Após encerrar a carreira voltou a residir em Rivera.

 (Do Blog do Sport Club Internacional)

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