terça-feira, 19 de março de 2019

Nada para Provar

Por Kenneth Boa


Joe Louis* foi campeão mundial de boxe na categoria de peso pesado, entre 1947 e 1949, ano em que se aposentou.

Certa vez, enquanto servia no Exército, estava dirigindo seu carro com um companheiro, quando se envolveu num pequeno acidente com um grande caminhão.

O motorista do caminhão desceu, gritando e xingando Louis, que continuou sentado no banco do motorista, sorrindo.

− Por que você não deu um bom soco nele? − perguntou seu companheiro depois que o motorista do caminhão já tinha ido embora.

− Por que deveria? − respondeu Joe. − Será que, quando alguém insultava Caruso, ele cantava uma ária?

Essa é uma das minhas ilustrações favoritas a respeito da identidade. O motorista desconhecia a verdadeira identidade da pessoa a quem estava ofendendo, pois, caso contrário, ele o teria tratado de maneira bem diferente! Por outro lado, Joe Louis sabia quem ele realmente era: o melhor lutador de boxe do mundo − e não precisava provar nada a ninguém.

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Do livro “Histórias para o coração do homem”,
Alice Gray, Al Gray, organizadores.


Joe Louis versus Max Schmeling no Yankee Stadium,
Bronx, New York, em 22.06.1938.

*Joseph Louis Barrow (La Fayette, 13 de maio de 1914Paradise, 12 de abril de 1981) foi um pugilista norte-americano. Considerado um dos maiores pugilistas de todos os tempos, Louis manteve o título dos pesos pesados durante doze anos (1937-1949), defendendo-o em 26 lutas. Uma de suas lutas que marcou a sua carreira foi contra o alemão Max Schmelling, em 1938. Essa luta foi uma revanche de dois anos antes, quando Louis sofreu uma das piores derrotas de sua carreira para ele. Ganhou também contornos políticos depois que Hitler utilizou a vitória de Schmelling como propaganda do nazismo, provando que a raça ariana era superior. No fim, Louis venceu e manteve o seu título de campeão mundial.


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