Ribeiro Couto
Eu
amo aquela estaçãozinha sossegada,
Aquela
estaçãozinha anônima que existe
Longe,
onde faz o trem uma breve parada...
Na
casa da estação, que é pequena e caiada,
Mora,
a se estiolar, uma menina triste.
À
chegada do trem, semierguendo a cortina,
Ela
espia por trás da vidraça que a encobre.
Muita
gente do trem para fora se inclina
E
olha curiosamente o olho da menina,
Tão
anônima quanto a estaçãozinha pobre.
O
trem parte... Ficou na distância, esquecida,
A
estaçãozinha... e a moça triste da janela...
Mas
vai comigo uma lembrança dolorida...
Quem
sabe se a mulher esperada na vida
Não
era aquela da estação, não era aquela,
Aquela
que ficou lá para trás, perdida?
Rui Esteves Ribeiro de Almeida
Couto (Santos, 12 de
março de 1898 −
Paris, 30 de maio
de 1963), mais
conhecido simplesmente como Ribeiro Couto, foi um jornalista,
magistrado,
diplomata,
poeta, contista e romancista
brasileiro. Foi
membro da Academia Brasileira de Letras desde
28 de março de 1934 (ocupando a vaga de Constâncio Alves na cadeira 26), até sua morte.
Paulo Ronai, descobriu esta poesia en 1939 na Hungria, escreveu para o autor; trocaram correspondências. Paulo Ronai aprendeu o português e decidiu migrar para o Brasil. Que sorte, a nossa, Paulo Ronaï foi uma estrela no céu do Brasil!
ResponderExcluirObrigado, amigo anônimo, por essa elucidativa informação.
Excluir